Estudo realizado com 100 professores aponta que 92% foram insultados e 61% vítimas da violência em colégios

Violência contra professores nas escolas da rede pública estadual em Goiânia chega a 61%, aponta estudo realizado com cem docentes em oito unidades de ensino da cidade. Este percentual sobe para 92% quando os educadores são interrogados acerca de insultos por parte dos estudantes. Os dados fazem parte de pesquisa, ainda não finalizada, coordenada pela psicóloga Maria Betânia Gondim da Costa, da Universidade Católica de Goiás (UCG) e membro do Conselho Regional de Psicologia.

Para a autora do estudo, o fato de os professores não reconhecerem num primeiro momento que agressão verbal também é violência revela o quanto a prática está banalizada. Mas 12% dos docentes também disseram ter sofrido investidas físicas. O local em que os educadores são alvos mais fáceis é a própria sala de aula, onde 78% afirmam ter sido vítima.

Repreender o aluno por algum ato de indisciplina foi apontado pelos docentes como principal motivação da violência. Em 57% dos casos, as agressões físicas ou verbais foram respostas a pedidos para encerrar conversas paralelas ou para o aluno manter-se sentado na carteira. Outros 28% disseram ter recebido investidas violentas sem motivo aparente.

O levantamento foi realizado entre agosto de 2008 e março de 2009. Nos seis meses que antecederam a pesquisa, 55% dos professores sofreram agressões e 20% no ano anterior. A resposta da escola veio por meio de advertências (77%). Em 23% das unidades de ensino, a solução foi conversar com os pais. Os dados foram divulgados ontem durante o II Congresso de Psicologia de Goiás e Tocantins, no Centro de Convenções.