O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, oficializou o fim da emergência em saúde pública de importância nacional da pandemia da Covid-19, na última sexta-feira (22), por meio de uma portaria. A medida foi imposta em 2020 e será encerrada definitivamente após uma transição de 30 dias, para os governos federal, estaduais e municipais se adequarem. Esse prazo será 22 de maio. 

O estado de emergência garantia aos governos respaldo para tomarem ações e medidas a curto prazo, devido a gravidade da pandemia. A especialista em saúde pública e coordenadora dos cursos de saúde da Uninter, Ivana Busato, criticou a decisão do Ministério da Saúde.

“Ainda estamos numa pandemia, a Organização Mundial da Saúde ainda coloca como uma questão de emergência de saúde de interesse internacional. Nós ainda temos casos, e essa quantidade de casos que ainda acontece no nosso território aponta para que não possamos afirmar que a Covid-19 é uma doença endêmica. Nenhum epidemiologista consegue definir se o patamar de ocorrência da doença se manterá a ponto de afirmarmos que é uma doença endêmica”, disse.

A especialista comentou que pode haver uma elevação de casos no sul do país devido ao impacto de doenças respiratórias nessa região no outono. Além disso, ela mencionou que o tempo de proteção das vacinas não é totalmente conhecido. Ivana Busato alertou para a necessidade da população conhecer os impactos da portaria.

“Isto impacta em várias questões relacionadas às três esferas de governo, não impacta só nas ações do Governo Federal. Impacta nas ações dos municípios, nos estados, nos serviços privados de quem presta serviço dentro do Sistema único de Saúde, sendo na atenção básica, na média e na alta complexidade. O que deixa a gente absurdamente perplexo é ver que desde o começo da pandemia, este governo, este Ministério da Saúde não entende que a pandemia é uma questão que deve ser regulada e ter gestão das três esferas e tem que ser pactuada com as três esferas as ações que devemos fazer”, analisou.

A especialista em saúde, Ivana Busato, afirma que é preciso conversar com a sociedade sobre esses impactos porque, segundo ela, a portaria indicou que “todas as questões relacionadas às orientações serão completamente fracionadas entre as secretarias de saúde, e não haverá uma coordenação única do Governo Federal”, finalizou.


Confira a entrevista completa a partir de 00:03:40

Leia mais: