Recentemente um ato chamou a atenção do mundo. Durante a cerimônia do Oscar, o ator Will Smith subiu ao palco e deu um tapa no rosto do também ator Chris Rock. O episódio motivado após uma piada feita pelo apresentador da cerimônia gerou discussão sobre sentimentos e o que acontece no mundo corporativo.

Em entrevista ao Sagres em Tom Maior, a especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama, avaliou que o ato apresenta uma realidade que também ocorre em empresas. 

“A gente arranjou um nome bonito pra dar. É um ambiente tóxico, é uma relação tóxica. É uma relação que não existe um espaço pra gente falar o que a gente sente. Quando a gente não fala o que a gente sente, a gente não consegue ter clareza do que a gente realmente quer daquela situação. Então fica difícil o ambiente ter essa clareza de entender, atender uma necessidade”, disse Toyama.

Rebeca Toyama também observou o que pode resultar de relações tóxicas, de ambientes em que o diálogo não prevalece. A especialista citou ações como se distanciar de outras pessoas, ter dificuldade de comunicação e prejudicar a produtividade e ainda revelou que o assunto ainda é um desafio dentro das empresas.

“É um desafio para o líder, porque não foram treinados para lidar com esse tipo de dinâmica. A gente tem até um modelo mental, uma crença, de que falar de sentimentos é fraqueza, é uma coisa que não leva a lugar nenhum, não faz parte do ambiente corporativo. E a gente está vendo os resultados cada vez mais intensos, talentos se desligando de empresas porque não querem mais ficar naquele lugar, pessoas que começam a ter crise de pânico, aquela síndrome de segunda-feira”, argumentou.

Começar a derrubar essas barreiras no meio corporativo é um importante passo para construir relações saudáveis e para os profissionais conversarem sem que haja comunicação de forma violenta. Toyama reflete sobre como o ato de Will Smith na cerimônia do Oscar pode ajudar as pessoas a fazer uma reflexão sobre a própria vida.

“A reflexão é criar ambientes mais propícios para falar de sentimentos, ambientes que a gente possa começar a entender que o que é importante para mim nem sempre é importante para você, mas se a gente dialogar, a gente vai conseguir ampliar o ambiente, ter um crescimento, desenvolvimento de cultura de falar de emoções, essa cultura de paz que demanda passar por essas questões, a gente vai precisar talvez dar mais atenção, não só dentro das empresas, mas de modo geral na vida das pessoas”, completou a especialista.

Confira a entrevista completa a partir de 01:01:57:

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