Já se imaginou respirando diante de um mar azul e quando você expira o ar pesado sai e fica na mente uma sensação de leveza. Segundo o psicanalista Jovino Oliveira esse é um dos melhores exercícios práticos para pessoas que convivem com ansiedade em momentos de crise. O especialista usa dessas metáforas, linguagem e imagens no tratamento de problemas mentais. “Eu mostro como chegar na pessoa e provocar uma mudança de estado mental para ela procurar ajuda ou se sentir melhor naquele momento”, disse.

Em entrevista à Sagres, o psicanalista explicou que a sensação é provocada porque o azul tem um significado muito importante no subconsciente humano e quando usado propositalmente, como na metáfora do mar, ocupa os espaços da mente e joga para fora tudo que estava pesando, como se limpasse o ambiente. 

Jovino Oliveira vai palestrar neste sábado (18) na 4ª edição da Campus Party Goiás, evento de tecnologia que começou na quarta-feira (15) e segue até o domingo (19), no Passeio das Águas Shopping. O psicanalista vai realizar um workshop com o tema Saúde Mental Pós Pandemia: Hackeando a Realidade – Exercícios Práticos.

O profissional ensina como melhorar a saúde mental de forma prática, utilizando técnicas e exercícios de reprogramação mental, como Programação Neurolinguística e Hipnose. Diante de um cenário pós-pandêmico, o tratamento de problemas mentais causados ou piorados durante o isolamento social se faz muito importante e urgente.

“São muitas situações, várias pessoas estão sofrendo com o luto, outras com ansiedade, pânico, dificuldade de se relacionar sem ser por rede social. Muita coisa se acentuou. Algumas pessoas nesse período de pandemia deixaram de procurar terapia e foram direto para medicação porque ficaram com medo de sair de casa”, explicou.

Segundo o psicanalista, o trabalho na Campus Party começou nas edições antes da pandemia e este ano é a quarta participação do profissional. Oliveira disse que o convite para integrar os workshops do evento partiu de um projeto criado dentro da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Identificamos muitos alunos que estavam com crises de ansiedade, depressão e criamos esse projeto. Não tinha pandemia ainda, nem pensávamos que isso poderia acontecer. E quando veio a pandemia esse projeto se acentuou, por dois anos fizemos online o trabalho de saúde mental”, disse.

Jovino Oliveira argumentou que não é fácil dizer a uma pessoa que ela precisa procurar ajuda e ensinou uma tática para conseguir convencê-la a visitar um especialista. 

“Não pode ter um embate porque a pessoa vai se retrair, ninguém gosta [de saber que está doente]. Com o jovem você precisa sempre citar uma autoridade, seja aquele ator dos filmes que ele goste ou um parente, sempre coloque uma autoridade, pois a autoridade gera uma atenção e ele percebe que a pessoa passou por esse processo e foi muito bem”, pontuou.

O psicanalista explicou que o público mais jovem geralmente já sabe que está passando por problemas mentais, porque é uma faixa etária que já tem conhecimento do assunto. Para ele, a maior questão é  fazer o tratamento chegar a esse público.

“O acesso ao apoio emocional e a terapia não é fácil chegar até eles. Não há canais de comunicação. E o ideal do jovem é não falar direto, porque muitas vezes esse jovem tem problemas, mas a reação dele vai ser como um adulto, ele não vai gostar daquilo”, finalizou.

Confira a entrevista completa a partir de 01’24

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