Em entrevista ao Sinal Aberto desta quinta-feira (11/2), o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, afirmou que o estado aguarda novo estudo de viabilidade do BNDES para decidir sobre concessão de rodovias goianas. Pedro ainda abordou o longo processo de retomada da obra do Anel Viário da região metropolitana de Goiânia.

Ao final da gestão passada, a Goinfra tinha em mãos um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre as concessões de rodovias estaduais. Segundo Pedro Sales, o estudo foi objeto de uma instrução técnica do Tribunal de Contas do Estado por apresentar diversas inconsistências.

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A partir daí, a Goinfra fez um novo estudo e apresentou ao BNDES para analisar a viabilidade dessas concessões. “Estamos esperando uma devolutiva do banco, que já fez uma licitação com consultores. Precisamos da impressão deles. Nós alteramos já de início a sugestão dos trechos que haviam sido colocados no estudo da FGV. Então, ainda não chegamos ao ponto de tomar a decisão política sobre conceder ou não, ou quando conceder”, informou Pedro.

Entre as rodovias chamadas de saídas radiais presentes no estudo estão a GO-020 e a GO-080.

ANEL VIÁRIO

Nessa quarta-feira (10), o senador Vanderlan Cardoso (PSD), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, além de entidades empresariais se reuniram com o ministro da infraestrutura, Tarcísio Freitas para discutir a viabilização das obras do anel viário da região metropolitana de Goiânia. Na reunião, um grupo de trabalho foi criado para acompanhar essa obra.  

Segundo Pedro Sales, a lentidão do processo de retomada da obra se deve a um entrave com a empresa responsável pelo trecho. “A parte mais estruturante do anel viário seria uma obra dentro do contexto da concessão da BR-060 da Triunfo Concebra. Ao ter o trecho concedido, a empresa deveria fazer a principal obra que seria o contorno de Goiânia a Aparecida, uma obra de 45 quilômetros para início ao trecho estruturante. A equação econômico-financeira da concessão ao longo do tempo se transformou num embate jurídico. A concessionária alega que não auferiu o valor que ela esperava”.  

“Os trechos que hoje estão com a Concebra são: o entorno da BR-153, que seria a ligação de Aparecida a Goiânia e um contorno norte que liga a BR-060, e saída para Guapó e Rio Verde. O anel teria uma extensão de 163 quilômetros, passando por Senador Canedo, Caldazinha, Goianápolis, Goianira, contornaria Trindade, Abadia, Aragoiânia e chegaria de novo em Aparecida de Goiânia. É um anel externo que ficaria por fora das cidades”, explicou Pedro.

Como dito na reunião de ontem, a ideia do ministro é substituir a Concebra, no modelo de relicitação. A intenção é incluir o trecho da BR-153 na nova licitação da BR-060 (BR-364/BR-452) que será concluída em julho.

O presidente da Goinfra avaliou o processo de concessão como complexo e moroso. “Eu sou a favor de uma ideia de consórcio entre municípios para fazer as desapropriações. Quando tivesse as desapropriações, você entrega pra Goinfra e contrata uma obra, pode ser com recurso municipal, estadual. Entendo que seria mais fácil e real se fosse assim”. (…) O processo de desligamento é complexo. A chance de ser judicializado é grande. Depois temos a licitação dos outros com a preocupação de fechar as contas. Então, será um processo longo”.