Ilustração de isolamento social durante pandemia do novo coronavírus [Foto: Reprodução]
O estilo de vida da população brasileira e o acesso a unidades de saúde para tratamento de doenças crônicas (cardiopatias, diabetes, hipertensão etc.) piorou nesses dias de isolamento social. A informação preliminar é da professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e médica Deborah Malta, uma das coordenadoras de uma pesquisa realizada em todo o Brasil para apurar a mudança do comportamento da população durante a pandemia do coronavírus.

 

O grupo de pesquisadores da UFMG, da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade de Campinas (Unicamp) tem pesquisas regulares sobre os hábitos de vida da população brasileira. Os pesquisadores sabem que antes da pandemia, 13% dos brasileiros eram fumantes, 15% usuário de bebidas alcoólicas, 17%, obesa e 25% praticam atividades físicas. A suspeita dos pesquisadores é que esses hábitos tenham piorado durante a quarentena. A pesquisa, feita pela internet, já reuniu 40 mil respostas. Deborah Malta diz que os dados já apurados confirmam essas suspeitas.

“Essa pesquisa é destinada a investigar o que a quarentena e o isolamento social está provocando de mudança na vida das pessoas. Esse grupo de pesquisadores vem, de um longo tempo, investigando estilos de vida, doenças crônicas em diversas pesquisas, do Ministério da Saúde, IBGE e também pesquisas do locais, e nós temos um monitoramento em relação a esses fatores de riscos”, explicou a médica Deborah Malta.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, a hipótese é que durante a quarentena muitas hábitos pioraram e aguardam uma piora. “Na quarentena, o é preconizada que as pessoas se mantenham em casa e seguras, com isso reduz a oportunidade da prática da atividade física, muitas vezes as pessoas gastão horas e horas em frente à TV, em frente ao computador, com hábitos sedentários e não tem espaço para praticar atividade física”, afirmou.

Outro ponto destacado pela médica, são os hábitos alimentares, ela alerta que muitas pessoas pedem delivery e optam por comidas prontas ou então fazem estoque de alimentos ultraprocessados com grande teor de sódio e gordura e isso pode influenciar na piora dos hábitos alimentares. “Essa pode ser até uma surpresa porque a gente tem visto também muitas pessoas compartilhando novos formatos de cozinhar, mas por outro lado tem aquelas que não tem costume de optam por comidas prontas”.

Deborah Malta aponta o estresse e a ansiedade no período de isolamento social. “Isso pode refletir em hábitos como, mais pessoas fumando e muitas vezes também exagerando no consumo de bebidas alcoólicas”, afirmou. “Então tudo isso é uma grande preocupação e que nos levou a investigar, junto à população brasileira, se esses atos estão mudando e se terá consequências do ponto de vista de produzir mais adoecimento”.

Qualquer brasileiro, de todas as faixas etárias, pode participar na pesquisa. Para participar, clique aqui!