Um estudo recente do Instituto de Saúde Global de Barcelona, publicado na revista Nature Medicine na segunda-feira (12), revela que as altas temperaturas de 2023 causaram quase 50 mil mortes na Europa. Esse evento extremo foi exacerbado pelas emissões de carbono atribuídas às atividades humanas.
De acordo com as estimativas, 47.690 pessoas morreram no continente durante o ano mais quente já registrado globalmente e o segundo mais quente na Europa. Mais da metade dessas mortes ocorreu durante dois períodos críticos de calor intenso, em julho e agosto, quando a Grécia enfrentou incêndios florestais devastadores — uma situação que se repetiu recentemente e resultou em evacuações em massa.
O estudo analisou registros de temperatura e mortalidade de 35 países europeus, destacando o pico quando os termômetros marcaram 44ºC em 18 de julho na Sicília, Itália. Os pesquisadores destacaram que as pessoas idosas estavam particularmente vulneráveis, com os países do sul da Europa sendo os mais afetados pelas altas temperaturas.
Medidas
No entanto, a pesquisa sugere que as mortes relacionadas ao calor teriam sido 80% maiores se não fossem as medidas adaptativas adotadas pelos governos europeus ao longo do século XXI. “Nossos resultados destacam a importância das adaptações históricas e contínuas para salvar vidas durante os verões recentes”, disseram os autores.
O relatório também enfatiza a necessidade urgente de estratégias mais eficazes para mitigar a mortalidade nos verões futuros, pedindo ações proativas para enfrentar o aquecimento global. As Nações Unidas alertam que as temperaturas na Europa estão subindo mais rapidamente do que em outras partes do mundo, resultando em um aumento nas ondas de calor mortais desde o início do século.
Os cientistas afirmam que a mudança climática está tornando eventos climáticos extremos, como ondas de calor, mais frequentes, prolongados e intensos. O ano de 2022 já havia sido o mais mortal da última década, com mais de 60 mil mortes relacionadas ao calor.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 15 – Vida Terrestre
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