Essenciais, mas muitas vezes esquecidos. Assim tem sido a realidade de quem depende da reciclagem para sobreviver. Pesquisadores ligados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) analisaram o impacto da pandemia para as cooperativas de catadores de resíduos sólidos e os desafios da reciclagem do plástico durante esse período no Brasil.

De acordo com os pesquisadores, o Brasil é o quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo. E no cenário da pandemia de Covid as leis criadas com o objetivo de reduzir o uso desse material no comércio, por exemplo, foram suspensas. O trabalho teve como objetivo discutir o aumento no uso de plásticos descartáveis nesse contexto e os impactos econômicos e sociais para o país.

Em entrevista à Sagres TV, a pós-doutoranda no Departamento de Química da UFSCar e primeira autora do estudo, Laís Roncalho Lima, afirma que a preocupação principal é com a realidade vivida por quem vive da reciclagem: os catadores. Assista a seguir a partir de 00:03:00

”Nossa motivação é que o Brasil já vem com problemas de gestão de resíduos principalmente dos resíduos plásticos, e a gente sentiu falta de políticas relacionadas e de esclarecimento principalmente para esses trabalhadores. No Brasil sabemos que a reciclagem se inicia predominantemente por esses trabalhadores, e falta muito a visibilidade desses profissionais no nosso país”, afirma.

De acordo com Laís Roncalho Lima, por mais que haja engajamento no que diz respeito à reciclagem, falta atenção aos principais atores do processo, que são os catadores.

”Eles são os principais atores dessa cadeia e não são ouvidos, não são inseridos. O nosso primeiro trabalha tenta trazer todo o histórico de problema de gestão do nosso país, mas justamente colocar em evidência o impacto que a gente passa para esses atores, não só o ambiental mas o social também”, pontua.

Para construir a análise crítica do tema, foram utilizados dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e de outras organizações nacionais.

À direita, Laís Roncalho Lima com Jéssica Dias (centro) e Lívia Baylão (Foto: Sagres TV)