Um estudo realizado na Dinamarca sinaliza que mulheres em quadro depressivo ou de esquizofrenia apresentam mais chances de desenvolver câncer de mama. No Brasil, a chegada da pandemia registrou picos de estresse em pessoas por conta de problemas psicológicos, saúde, emprego, família, futuro, divórcio, entre outros, o que liga o alerta para uma possível relação entre problemas emocionais e esse tipo de câncer.

“Encontraram uma relação entre uma depressão anterior existente e o desenvolvimento do câncer de mama, justamente porque eles estão ligando isso ao fato de o próprio sofrimento mental da mulher possa levá-la a desenvolver essa doença”, afirma o psicólogo e psicanalista, Robson Paiva.

Segundo o especialista, além da questão emocional, o negaciosmo da existência do câncer de mama no próprio organismo também é reponsável pelo agravamento dos casos.

“A negação é uma das formas que a pessoa encontra de lidar com essa realidade hostil. Para não desenvolver outras patologias, ela nega aquela realidade. Outra questão é quando a pessoa percebe o nódulo mas não procura por pensar que é só uma gordurinha, alguma coisinha, e não vai procurar, evitando a descoberta da patologia. O mecanismo de defesa do ego age de várias formas”, esclarece.

Em situação extremas, quando a mulher sofre uma mastectomia total, quando perde uma das mamas para o câncer, um suporte psicológico torna-se fundamental para a recuperação da autoestima.

“A partir do momento em que essa mulher começa a receber um suporte psicológico, ela consegue começar a entender e resignificar essa doença, e a perceber que ela é muito mais do que um corpo, a existência dela é muito mais importante do que isso. O apoio psicológico tem a capacidade de fazer esse suporte, em que a mulher passe a enxergar a vida de uma outra forma”, afirma.

Confira a entrevista na íntegra com Robson Paiva no STM #127 a seguir