SYLVIA COLOMBO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – “Não me alegra que Biden ganhe, mas me alegra que Trump, um fascista e um racista, perca as eleições nos EUA”, disse Evo Morales na tarde deste sábado (7), em Buenos Aires, na sua última coletiva a jornalistas antes de partir de volta para a Bolívia.

Neste domingo (8), quando Luis Arce assume a presidência do país, o ex-presidente boliviano partirá para a província de Jujuy, que faz fronteira com a Bolívia. Na segunda-feira (9), depois de despedir-se do presidente Alberto Fernández em ato público, Morales iniciará seu retorno, em uma caravana com mais de 800 carros com militantes que durará três dias.

O objetivo é chegar, na quarta-feira (11), à cidade de Chimoré, de onde o ex-mandatário partiu para o exílio há um ano, após renunciar em novembro de 2019. Ali, militantes de seu partido, o MAS (Movimento Ao Socialismo) preparam uma festa de recepção.

A referência à vitória de Biden não foi a única menção de Morales aos EUA, a quem culpou por estar “por trás do golpe contra mim, junto a bolivianos submissos”. Disse, ainda, que durante seu tempo no exílio, primeiro no México, depois na Argentina, os EUA “fizeram de tudo para que o MAS não voltasse ao poder”. “Pois agora o MAS voltará ao poder amanhã [8] e Evo Morales voltará à Bolívia na segunda-feira [9]”, afirmou

Sobre seu futuro imediato, disse que se dedicará à agricultura e à “obrigação de compartilhar a luta do MAS com jovens e com quem queira”. Afirmou que pretende viajar pela Bolívia e para o exterior para falar sobre sua experiência.

A posse de Luis Arce começa às 10h de domingo (11h em Brasília) e contará com a presença dos mandatários Alberto Fernández (Argentina), Mario Abdo Benítez (Paraguay), Iván Duque (Colômbia), além do rei Felipe 6º, da Espanha.