O ex-membro do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e ex-presidente do Goiás Esporte Clube, Dr. João Bosco Luz, afirmou que o Avaí não deve ser punido com rebaixamento para a Série B por causa de salários atrasados. Atletas do time de Santa Catarina acionaram o clube na Justiça por conta desses débitos em seus vencimentos.

Entretanto, João Bosco Luz não acredita que o Avaí deva receber tal punição. “Essas situações sempre acontecem no futebol. O Avaí não vai perder a vaga dele na Série A, mas não é porque não existe punição, e sim porque ele vai honrar os compromissos e com certeza vai se livrar dessa penalidade”, projetou.

De acordo com o que prevê na legislação desportiva, o clube que não cumprir com o pagamento dos salários aos jogadores pode perder pontos na tabela. Como o Avaí conquistou o acesso à Série A nesta temporada, o Leão da Ilha pode perder sua vaga caso seja punido na pontuação.

“Um presidente deixaram o clube permanecer na série B, porque deixou de pagar salários, com certeza ele não terá o perdão do seu torcedor jamais. Então, nessa hora, o presidente vende até a casa onde ele mora para quitar essas dívidas”, argumentou João Bosco Luz.

Na análise do ex-advogado do Goiás, a denúncia dos jogadores é procedente. “Hoje existe o fair play financeiro, ou seja, o clube só pode assumir compromissos com seus atletas de acordo com sua capacidade de pagamento. Se o clube atrasa salário por mais de 30 dias dentro de uma competição e é acionado pelos atletas, ou pelos sindicatos que os representam, o STJD vai tomar providências”, explicou.

Apesar disso, João Bosco Luz afirmou que já ocorreu de um clube ser punido por essa situação. “O primeiro caso desta natureza, julgado pelo STJD, foi inclusive sob minha relatoria como auditor pleno, em que o Santa Cruz deixou de pagar salários, quando ele foi rebaixado da Série A para a Série B, foi aplicada a pena de três pontos. Só que o Santa Cruz já havia sido rebaixado e como a diferença era muito grande, esses três pontos não fizeram diferença. Foi aplicada também uma multa de R$ 30 mil”, contou.

Confira a entrevista completa a seguir: