Após o breve pronunciamento realizado na manhã desta quinta-feira (19), no Centro de Concentração e Treinamentos do Atlético, Marcelo Cabo, técnico do Atlético-GO, concedeu uma entrevista exclusiva ao repórter Pedro Henrique Geninho, da Rádio 730, e abriu o coração sobre tudo que aconteceu naquela, que talvez, tenha sido a semana mais conturbada de toda sua carreira.

Conhecido como uma pessoa divertida, por ser um pai carinhoso, um profissional sério e dedicado, que sempre deixa o ambiente leve por onde passa, Marcelo Cabo levou o Atlético-GO ao título mais importante da história da agremiação com a conquista da Série B do Campeonato Brasileiro em 2016. No entanto, o comandante querido por funcionários, imprensa e torcedores chamou atenção ao desaparecer por quase 40 horas, fazer uma breve aparição, sumir novamente e reaparecer num motel em Aparecida de Goiânia.

Agora, Cabo só pensa em seguir em frente, tirando de todos os acontecimentos lições para continuar evoluindo. Se após a celebração da segundona o planejamento era de continuar fazendo história em 2017, saiba que o pensamento do treinador continua o mesmo. Confira na íntegra toda entrevista do comandante rubro-negro.

O que aconteceu, o que te motivou?

– Tive um problema de ordem familiar, onde não aceitei muito bem. Tive um momento de reflexão errada, de um momento errado, que não é normal na vida de um profissional e pai de família. São coisas que acabamos fazendo que não é legal para todos que estão ao meu redor (clube e família). Minha reflexão foi em cima disso tudo e o importante é dar sequência na diretriz de vida que sempre tive. Um deslize todos nós já tivemos um dia e eu tive o meu. Sei o tamanho desse deslize, da preocupação que causei em todos que me amam, começando pela minha família, indo para o clube e até a torcida. É um momento de muita análise, mas também é o período para continuar firme. Me sinto mais forte.

Você tem noção da proporção que ganhou o seu desaparecimento?

– Meu filho, o Adson Batista e minha assessoria de imprensa conversaram bastante comigo, mas o que me deixa refletindo, do tamanho da repercussão, foi o quanto sou querido. Às vezes não temos a dimensão do quanto somos queridos pelas pessoas. O que posso entender e pensar nesse momento é que precisamos continuar agarrado com Deus e seguir forte nesse momento. Tenho que tirar as lições dessa página e continuar dando alegrias para diretoria e torcida do Dragão.

Qual o tamanho do nó que fica na sua garganta?

– Temos nossas fortalezas e fraquezas, é um nó né?! Fico triste, sou um ser humano. Preciso agora fortalecer essas fraquezas, todos possuem seus conflitos, mas o mais importante nesse momento é o apoio que recebi. Não só em Goiânia, mas em todo Brasil. O que posso fazer agora é retribuir esse carinho, seria até injusto sair citando um para não esquecer ninguém. Tenho que seguir em frente seguindo a diretriz da minha vida.

Essa entrevista é o ponto final desse caminho?

– Acho que já falei o que tinha que ter esclarecido. Ficam os aprendizados e preciso virar a página e seguir em frente. Gostaria de colocar uma pedra nesse assunto e seguir em frente, construindo coisas novas. Isso é o mais importante. Tenho uma frase que carrego na minha vida: o tempo é o senhor da razão. Todos podem acreditar que o tempo irá mostrar quem é o verdadeiro Marcelo Cabo.

De tudo que saiu na imprensa, o que te deixou mais chateado?

– Julgar as pessoas sem saber o que aconteceu. Cara, não posso nem dizer que uma coisa me deixou mais triste do que outra. Eu prefiro entender as que me fortaleceram. E isso eu percebi no carinho e amor de todos por mim, não só da minha família e do clube, mas da imprensa e amigos. À 730, por exemplo, sempre foi verdadeira comigo. Não posso pegar o que falaram de inverdades, preciso neste momento estar próximo desse carinho e amor.

Vamos falar de futebol, como você vai encarar seus comandados?

– Minha comissão técnica e jogadores sabem quem sou eu. A maneira de comandar, a forma como sou honesto e sincero. Eu posso afirmar que me senti muito abraçado. Por todos da diretoria, comissão técnica, atletas e torcida. Não existe unanimidade, eu sei disso, mas entendo que a grande maioria me apoiou. Percebi isso, nem deveria tocar nesse assunto, mas vi o resultado de duas enquetes que os resultados foram de apoio. Eles podem entender que estarei com eles até o final.

Como você imagina que ficará marcada a sua imagem daqui pra frente?

– Quem me conhece sabe quem é o Marcelo Cabo. Foi um deslize realizado após um problema familiar, mas quem nunca errou que atire a primeira pedra. Eu errei e estou assumindo. Minha imagem é aquela de sempre: um cara honesto, que não mente, olha no olho, continua sendo um pai de família.

Microfone aberto, Marcelo. Se dirija a Nação Rubro-Negra

– Primeiro gostaria de explicar que entendo e respeito a ação da imprensa, vocês foram apurar os fatos. O recado para torcida é que o Marcelo Cabo retoma os trabalhos mais forte do que estava. Hoje, estamos mais unidos do que nunca em prol das conquistas dos objetivos de 2017. Meu amor por essa torcida aumenta cada vez mais. É um amor infinito. Deixo um beijo muito grande no coração de todos.