IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Operação Formosa, cujos veículos e blindados estiveram no centro do polêmico desfile feito pela Marinha nesta terça (10) em Brasília, ocorre anualmente desde 1988 e é o principal treinamento terrestre da Força naval.

O desfile e a entrega do convite para comparecimento do presidente Jair Bolsonaro, contudo, foram inéditos e lidos universalmente como uma tentativa de intimidação dos Poderes ao ocorrer no dia em que a Câmara deverá enterrar a proposta de reintrodução do voto impresso.

O exercício militar é o principal momento de treinamento do Corpo de Fuzileiros Navais, que tem sede no Rio. Ele ocorre no Centro de Instrução de Formosa (GO), a 80 km de Brasília.

A área de 1.800 km² é do Exército, que a cede à Marinha por permitir o uso de munições reais. Neste ano, serão 2.500 militares, com uma presença residual de 100 homens da Força terrestre, que já participou em outros anos, e inéditos 30 aviadores da Força Aérea.

Em 2020, com a pandemia, foram só 500 envolvidos para evitar contaminações -no ano anterior, eram 1.900. Segundo o jornal Correio Braziliense, há um suposto surto de Covid-19 ocorrendo no acampamento em Formosa, mas a Marinha não confirma.

Ao todo, são 150 veículos, 1.500 toneladas de equipamento, que a Marinha trouxe por 1.400 km até o cerrado. A Formosa vai ocorrer desta terça até a semana que vem.

São feitas simulações principalmente de desembarque anfíbio, ataques aéreos, uso de foguetes e obuses. Soldados treinam situações de guerra não convencional, com o uso simulado de armas químicas por adversários, entre outras atividades.