Sagres em OFF
Rubens Salomão

Lula admite a contradição, mas defende explorar petróleo na Margem Equatorial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, mais uma vez, a exploração de petróleo na Margem Equatorial. A posição ocorre mesmo admitindo que a medida vai na contramão da transição energética. “É contraditório? É, porque nós estamos apostando muito na transição energética”, declarou o presidente sobre explorar petróleo na Amazônia, em entrevista à Rádio CBN, nesta terça-feira (18).

O petista ainda argumentou que “enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo”. Além de não se adequar às políticas nacionais e globais de desenvolvimento sustentável, os riscos de exploração de petróleo na área incluem impactos na Foz do Amazonas. Avaliações técnicas mostram que pode haver graves consequências para o bioma amazônico. Principalmente em caso de acidentes e derramamento de óleo, a partir da decisão de explorar petróleo.

A busca por explorar petróleo na região da Margem Equatorial, próxima à Foz do Rio Amazonas, no Amapá, não teve autorização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão exige uma série de regras para evitar um desastre no bioma. Questionado sobre a aprovação, Lula comentou: “Em algum momento eu vou chamar o Ibama, a Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente na minha sala para tomar uma decisão”.

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Foto: Presidente Lula durante entrevista ao Jornal da CBN. (Crédito: Ricardo Stuckert / PR)

Explorar petróleo

O presidente defendeu a exploração em 12 de junho, durante o Fórum da Iniciativa de Investimento Futuro, no Rio de Janeiro. No evento organizado por investidores da Arábia Saudita, Lula afirmou que o país não poderia “jogar fora” a oportunidade de explorar o local.

Política econômica

Durante entrevista à CBN, o presidente também falou sobre benefícios fiscais e fez críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Defesa

Presidente da Petrobras há menos de um mês, Magda Chambriard criticou na última semana a demora em autorizar a exploração de petróleo na Amazônia. Ela retoma defesa para a produção na chamada Margem Equatorial, área do litoral brasileiro apontada como o novo “pré-sal”, por causa do potencial de produção de petróleo. Os pedidos da estatal, no entanto, têm esbarrado nas análises ambientais do Ibama.

10 anos

“A gente já perdeu dez anos”, lamentou Chambriard, ao lembrar que a licitação para explorar a região se deu em 2013. A margem equatorial abrange uma área que vai da costa do Rio Grande do Norte à do Amapá. A potencial exploração de óleo na região, que inclui a foz do Rio Amazonas, sofre críticas de ambientalistas, que mantêm preocupação com possíveis danos ambientais.

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*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12  Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13  Ação Global Contra a Mudanças Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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