Goiás vai receber, a partir do segundo semestre, a primeira faculdade do Brasil administrada pela Polícia Militar (PM), em parceria com o Colégio Vasco dos Reis, aos moldes dos colégios militares. A diferença é que, contrário aos colégios militares, que são públicos, a faculdade será particular.

Apesar de ser denominada como Faculdade da Polícia Militar, a instituição não se restringe à formação do efetivo policial, mas está aberta a todos os interessados em concluir o ensino superior, em diferentes habilidades. A faculdade foi idealizada tendo como parâmetros o ensino de excelência oferecido no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e no Instituto Militar de Engenharia (IME).

Ouça, a seguir, o debate deste Super Sábado em dois blocos

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Bloco 1

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Bloco 2

O diretor administrativo financeiro da instituição, tenente-coronel Ubiratan Régis destaca a importância do projeto e frisa que a faculdade não tem como objetivo militarizar a educação e o ensino no Estado.

“É uma grande proposta, um megaprojeto, estamos trabalhando há dois ano. Um projeto planejado, organizado, em que pessoas que não conhecem a filosofia dos colégios militares criticam falando que nós, militares, estamos querendo militarizar a educação. Quem sou para mudar a história de um livro ou a liberdade de expressão? É o contrário”, analisa.

Um dos princípios das forças policiais é a manutenção da ordem pública. Em manifestações como a ocorrida nesta semana em Brasília contra o governo federal e as reformas Trabalhista e da Previdência, vândalos se aproveitaram dos protestos e provocaram a depredação de diversos ministérios na Esplanada, em frente ao Congresso Nacional. O tenente coronel reforça que exemplos como este serão combatidos na instituição de ensino da PM, além do respeito ao educador.

“O acadêmico nessa faculdade vai ter voz, mas não iremos admitir o que acontece em nosso país que é a baderna, a quebradeira, a bagunça. Todo movimento é bem-vindo, mas estamos ali para apoiar o mestre ou o professor que está em sala de aula. O respeito com o acadêmico tem que ser mútuo. Nós não abrimos mão dos moldes do respeito aos professores”, reitera.

Embora, o colégio seja militar, os professores serão mesclados. Poderão assumir as turmas tanto civis quanto profissionais da Educação que sejam, aos mesmo tempo, integrantes das forças policiais.

O chefe do Núcleo de Atendimento Organizacional da Secretaria Estadual de Educação, Esporte e Lazer (Seduce), João Batista Peres Júnior, enaltece a estrutura da faculdade, que já recebeu nota 4, em uma escala que vai até 5, do Ministério da Educação.

“Esta classificação, ainda sem o curso ofertado, vem baseada justamente na infraestrutura, nos laboratórios, nos prédios, no corpo docente com mestres e doutores para atingir a nota 4”, ressalta, uma vez que mais de 85% do corpo docente será formado por mestres e doutores.

Já neste segundo semestre, serão oferecidos os cursos Tecnólogo em Segurança Pública, com duração de dois anos; e pós-graduações MBA em Segurança Pública; e especialização em Ciências Policiais. A partir do próximo ano, o portfólio de cursos da Faculdade será incrementado com os cursos de Graduação de Enfermagem, Biomedicina e Educação Física.