Foto: Ricardo Rafael/Jornal O Popular

Por mais de 50 anos, pontualmente às 18h, a “Hora do Angelus” foi um momento de reflexão e fé exibido pela TV Anhanguera. Os textos eram de Jávier Godinho, e a narração de José Divino e Welton José. As mensagens marcantes foram apenas algumas das várias heranças, que javer deixou para os goianos.

Dono de um texto impecável e de uma inteligência notável, o jornalista que nasceu aos 2 de novembro de 1936, na Cidade de Goiás, mudou-se para Goiânia em 1956, trabalhou por várias décadas no grupo Jaime Câmara e em outros veículos de comunicação.

Entretanto, últimos oito anos, Jávier Godinho lutou contra um câncer nos rins, e na madrugada desta quinta-feira (13), aos 82 anos, o jornalista faleceu, deixando a mulher Stella Rincón Godinho e os filhos, Iúri Rincón Godinho, Bertrand, Ivana e Áulus, além de amigos, milhares de reflexões de fé, dois livros publicados e muita luz por onde passou.Comovido, o historiador Iúri Godinho, conta que, apesar da doença, o pai não reclamava de dores e isso, para os médicos, era um verdadeiro milagre.

“A doença não foi tranquila, ele sofreu oito anos com o câncer. Ele foi apagando aos poucos, mas o grande milagre é que ele nunca tomou nenhum remédio para dor. Ele teve câncer no pulmão, no rim e depois nos ossos. Ele nunca sentiu dor, acho que isso é uma bênção de Deus”, afirma.

Áulus Rincón fez questão de recordar o que de melhor via no pai.

“Uma pessoa que sempre ensinou a gente a fazer o bem. Não me recordo de uma discussão dele, de ouvir um palavrão sequer dele, sempre nos ensinou o bem para colher na frente. Planta-se hoje, colhe-se amanhã, ensinando que a gente só tinha um caminho para chegar ao reino dos céus que seria através da caridade que foi o que ele tanto pregou”, afirma. 

O amigo Línio de Paiva foi um dos que compareceu ao sepultamento de Jávier Godinho na tarde desta quinta-feira (13) no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia. “Além de um grande companheiro, era um farol que brilhava para a gente seguir. Quem lia os escritos do Jávier e quem o escutava tinha por ele uma amizade desgarrada. Ele era um dos grandes amigos que tive”, pondera. 

A esposa Stella Rincón Godinho enaltece o homem de fé e do trabalho, características de Jávier Godinho, com quem viveu por 56 anos. “Ele deixou como herança a bondade que ele tinha que eu não vou chegar nem perto. A honestidade e a força, a garra para trabalhar e para crer em Deus. Esse foi o legado, o amor a Deus e ao trabalho. O casamento tem seus altos e baixos, mas no geral, foi muito gratificante uma vida inteira com ele”, relembra.

Primo de Jávier, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón também prestou as últimas homenagens ao jornalista.

“Para o estado de Goiás foi uma grande perda. O Jávier fez escola no jornalismo em Goiás, pela sabedoria, prudência, equilíbrio, textos maravilhosos, que encantava a todos. Um jornalista muito firme em suas posições, muito equilibrado, acho que infelizmente um jornalismo que não se faz mais no Brasil. Acredito que o jornalismo brasileiro precisa hoje de mais pessoas como o Jávier, para que a gente possa tratar dos grandes problemas nacionais com equilíbrio”, analisa.

Pontualmente às 18h desta quinta-feira (13), durante o programa Toque de Primeira, a Rádio Sagres 730 abriu espaço para uma singela homenagem ao escritor, poeta, publicitário, ensaísta, pesquisador, memorialista, radialista, jornalista, cronista, contista, produtor cultural, editor, pensador, administrador, educador, ficcionista, conferencista, orador, ativista, intelectual e espiritualista. As vozes são de Evandro Gomes e Sebastião Ribeiro, com produção e edição de áudio de Roberval Silva. 

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Com informações da repórter Giuliane Alves