Nesta quinta-feira (16), o suíço Gianni Infantino foi reeleito por mais quatro anos como presidente da Fifa. Desde 2016 à frente da entidade máxima do futebol internacional, o dirigente trouxe novidades sobre o futebol feminino.

A Copa do Mundo de 2023, que acontecerá entre julho e agosto na Austrália e na Nova Zelândia, terá um aumento substancial na premiação. Cerca de 150 milhões de euros serão distribuídos entre as 32 seleções participantes – valor três vezes maior do que o do Mundial de 2019, além de 10 vezes maior do que a edição de 2015.

Em contraste, os números ainda estão distantes da realidade do torneio masculino. Na última Copa, realizada no ano passado, 440 milhões de dólares foram entregues às federações que disputaram a competição no Catar.

Em seu discurso durante o congresso em Kigali, em Ruanda – o primeiro no continente africano -, Infantino destacou que “as mulheres merecem muito, muito mais, e estamos aqui para lutar com elas e para elas. A nossa ambição é fazer com que em 2026 e 2027 tenhamos igualdade nas premiações para homens e mulheres”.

O 73º Congresso da Fifa, que reelegeu Gianni Infantino até 2026, aconteceu em Kigali, Ruanda (Foto: Divulgação/Fifa)
Futebol feminino subestimado pelas emissoras

Segundo o dirigente, a distância poderia ser menor se as grandes emissoras mundiais valorizassem mais o torneio feminino. “É por isso que precisamos estar todos do mesmo lado nessa luta por igualdade. Por igualdade de verdade. A Fifa fará a sua parte, mas precisamos que os outros façam o mesmo”, ressaltou.

A menos de quatro meses para o início da nona edição do Mundial feminino, emissoras de Inglaterra, França, Alemanha e Espanha ainda estão negociando os direitos de transmissão com a Fifa, de acordo com a Forbes. Decepcionada com as ofertas, a Fifa afirmou que algumas propostas não condizem com o atual status da competição.

“A Fifa recebeu ofertas das emissoras públicas pela Copa do Mundo feminina 100 vezes menores do que para a masculina. Você acha que isso é normal?”, questionou Infantino, que ponderou que “essas emissoras, que são pagas pelos contribuintes, criticam a Fifa por não garantir pagamentos iguais para homens e mulheres”.

“Nos pagam 100 vezes menos, mas as audiências são muito semelhantes. Talvez 20 ou 25% menos, mas não 100%. Então nos ofereça 20 ou 50% menos, mas não 100%. Caso contrário, como podemos garantir isso (pagamentos iguais)?”, indagou o dirigente.

O menosprezo não condiz com os números de audiência da última Copa, que superou recordes mundo afora. A semifinal entre Inglaterra e EUA, em 2019, teve pico de 11,7 milhões na BBC, a TV pública do Reino Unido. No mesmo canal, 14,9 milhões acompanharam a final entre Argentina e França, no ano passado. Uma diferença de 22%.

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