A proposta do Brasil para a origem dos recursos que financiarão a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é a taxação dos super-ricos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a ideia durante o pré-lançamento da aliança na quarta-feira (24), no Rio de Janeiro
“Ao redor do mundo, os super-ricos usam uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários. Isso faz com que no topo da pirâmide, os sistemas sejam regressivos e não progressivos [quando mais ricos pagam menos impostos]”, afirmou.

O Brasil pediu ao economista francês Gabriel Zucman um estudo sobre os resultados da possível taxação de grandes fortunas. Assim, Zucman afirmou que a taxa de 2% das riquezas resultaria em até US$ 250 bilhões por ano.
“É aproximadamente cinco vezes o montante que os dez maiores bancos multilaterais dedicaram ao enfrentamento à fome e à pobreza em 2022”, argumentou Haddad.
Questão política
Fernando Haddad endossou a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que classificou a fome como uma consequência de “escolhas políticas”. O ministro disse que a comunidade internacional consegue garantir condições dignas de vida para as pessoas e que, portanto, “o que tem faltado é vontade política”. “A aliança será o agente catalisador dessa vontade”, afirmou.
Haddad destacou a necessidade de destinar mais recursos para o combate da fome e da pobreza. Desta forma, então, a articulação de recursos envolverá bancos públicos e privados, como o Banco Mundial.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza pré-lançada na quarta-feira (24) é um conjunto de propostas para canalizar recursos e erradicar a insegurança alimentar no mundo. Por isso, o Brasil abriu a proposta também para países que não fazem parte do G20, grupo das maiores economias do mundo.
Combate à fome e pobreza
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, celebrou o documento com entusiasmo. “Essa é uma aprovação histórica. Se concluída, altera a vida de milhões de pessoas no mundo”, destacou.
A ideia da aliança é que o combate à fome e pobreza se tornem políticas de Estado dos países que aderirem a proposta. Ontem ocorreu o pré-lançamento, mas o lançamento final da Aliança Global será durante a reunião da Cúpula do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
*Com Agência Brasil
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 01 – Erradicação da Pobreza e o ODS 02 – Fome Zero.
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