O observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), começou a produzir um boletim com dados sobre os registros de casos da doença nos estados e no Distrito Federal. O boletim traz ainda informações sobre a capacidade do sistema de saúde para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com pesquisador e coordenador do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Daniel Villela, o observatório permite acompanhar melhor qual seria o panorama das regiões e dos estados, visando a tomada de decisões em relação à letalidade da doença e disponibilidade de leitos para pacientes da Covid-19.

Segundo o pesquisador, em todos os anos nesta época, há um aumento do número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). O observatório acompanha essas doenças há anos. Desta forma, a Fundação consegue classificar o que pode ser considerado atividade baixa, moderada, alta e muito alta. “Isso é um termômetro do que está acontecendo. Assim você sabe quantas pessoas deram entrada no hospital. Isso vai para um registro, independente de teste ou não”, explica.

Villela esclarece ainda que o nível de atividade para o estado de Goiás está cerca de 10 vezes maior que o nível considerado alto para o período. O estado com maior índice no Centro-Oeste é o Mato Grosso do Sul, com 12,6%.

“Quando a gente olha para os estados do Centro-Oeste gera uma preocupação, porque as ocupações estão acima de 80%. Então, se acontecer um aumento no número de casos você já tem boa parte dos leitos ocupados”, destaca Villela.

Goiás está entre os três estados em vermelho no mapa da Fiocruz. Os outros são Bahia, com 93,1% de leitos ocupados e Mato Grosso, além do Distrito Federal, que já tem 70% de ocupação.

O próximo boletim do observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz, deve sair em duas semanas.