A fundação Oswaldo Cruz pretende colocar a vacina para Covid-19 em disponibilidade no Brasil até março do ano que vem. A expectativa foi apresentada pelo diretor do instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma.

“Hoje, a gente começaria a produzir em janeiro, mesmo asntes do registro, pra tentar ter cerca de 30 milhões de doses produzidas até o final de fevereiro. A expectativa é essa, mas pode ter uma variação. O importante é que a gente tenha uma vacina com segurança e eficácia comprovada pra dar tranquilidade pra população”, afirma Maurício.

Denominada azd1222 covid-19 recombinante, a vacina está sendo desenvolvida pela empresa astrazeneca em parceria com a Universidade de Oxford com a Fiocruz sendo responsável no Brasil pela produção. E o Vice-presidente de Produção e inovação em saúde da Fiocruz, Marco Krieger projetou como deve ser o processo de imunização da população.

“O Brasil vai estar numa posição privilegiada, mas não é imediata a liberação das doses. Então nós vamos ainda ter que fazer a utilização de outras medidas para o enfrentamento da pandemia, mas com reforço importante da produção da vacina, que vai ser feito de uma forma que proteja inicialmente as populações mais vulneráveis e aquelas que estão na linha de frente. Vão ser levados em consideração dados epidemiológicos”, explica Marco.

EFICÁCIA

Os estudos sobre eficácia da vacina e sobre os possíveis efeitos colaterais estão previstos para serem divulgados até o final deste ano. Mas a vice-diretora de qualidade de Bio-Manguinhos, Rosane Cuber, afirmou que pelos testes realizados já foi possível constatar uma eficácia de mais de 90%.

“Essa vacina já demonstrou uma eficácia de 91% quando aplicada em uma dose e de 100% quando aplicada em duas doses. Esses são os estudos clínicos de fase 1 e 2 que foram feitos com 1.077 participantes. o resultado de eficácia em uma grande população, a gente só vai saber agora no final do estudo clínico de fase 3, quando a gente tem cerca de 50 mil voluntários”, complementa Rosane Cuber.

Perguntados pelo Sistema Sagres se há um temor de resistência de parte da população à vacina, o vice-presidente de Produção e inovação em saúde da Fiocruz, Marco Krieger respondeu.

“O Brasil tem uma tradição do Programa Nacional de Imunização que é um exemplo pro mundo inteiro. Existem pesquisas que mostram uma grande adesão da população em várias situações. O Brasil tem algumas fortalezas e uma delas é a Anvisa, que garante que qualquer vacina produzida seja segura”.

A intenção da Fiocruz é que ainda no primeiro semestre de 2021 sejam produzidas cerca de 100 milhões de doses da vacina para a covid-19. E que esse número dobre até o final do ano.