A prefeitura de Goianésia decidiu fazer lockdown da sexta-feira a partir das 19 horas até as 6 horas da manhã de segunda-feira. Além disso todas as atividades econômicas (à exceção de serviços essenciais) podem funcionar apenas até as 19 horas, de segunda a sexta. As igrejas só poderão funcionar as terças-feiras até as 21 horas. As determinações estão no decreto 8.327, publicado nesta terça-feira (30).

O prefeito Renato de Castro (MDB) disse que pretende “parar a cidade”, mas deixar o comércio funcionar. “Sábado e domingo é lockdown, é para parar total. A polícia vai estar nas ruas mandando [as pessoas] para casa. Precisamos travar isso, porque vai morrer gente, já está morrendo e é responsabilidade nossa, de todo mundo; é minha, prefeito, mas é sua também”, disse em vídeo publicado em suas redes sociais.

 

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Acompanhe a coletiva de imprensa sobre as novas medidas de contenção contra a Covid-19.

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O prefeito admitiu no vídeo que a decisão mais correta, do ponto de vista da saúde era um lockdown todos os dias, mas afirmou que além da sua “demasiada preocupação com a saúde das pessoas se preocupa também com a saúde financeira” da população. “Se continuar crescendo [os casos de covid] da forma como está crescendo, o sistema de saúde vai entrar em colapso”, afirmou para completar: “O mais correto era fazer um lockdown a partir de hoje, terça-feira (30) – agora como uma economia vai parar, como um pai de família vai parar, como as pessoas vão continuar defendendo o pão?” Ele acha que o lockdown no fim de semana pode frear o avanço da doença ao mesmo tempo em que mantém a atividade econômica.

Em vídeo anterior publicado antes do decreto, o prefeito disse que avaliava fazer lockdown apenas no domingo a partir das 12 horas. A proposta foi muito criticada e ele negociou essa solução intermediária. Goianésia é mais um município (veja quadro abaixo) a não seguir o decreto de isolamento intermitente do governador Ronaldo Caiado (DEM). Levantamento feito pela Sagres nesta quarta-feira mostrou que a maioria dos municípios consultados criou as próprias regras próprias de distanciamento social, a exemplo de Goianésia.

De acordo com o Painel da Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta quinta-feira (2) havia 156 casos confirmados de covid e quatro óbitos no município. Além disso, a cidade tem pequena estrutura de atendimento da população. Renato de Castro informou que a prefeitura tem cinco respiradores, mas apenas três deles estavam funcionando. A Anglo-América doou mais dois aparelhos à saúde municipal, mas eles ainda aguardam peças para funcionar. Renato de Castro informou ter comprado outros respiradores em abril, mas que eles ainda não chegaram. Na terça-feira a prefeitura teve de usar um respirador portátil de uma ambulância para socorrer uma paciente.

Por conta desse quadro, Renato de Castro entende que a escolha de manter o comércio aberto até as 19 horas só vai funcionar se tiver a adesão da população. “Precisamos de todo mundo unido. Não quero ter de fechar uma cidade, porque seria do ponto de vista epidemiológico o mais correto, mas eu não posso deixar de me preocupar com a saúde financeira e até psicológica das pessoas.” Segundo ele, a cidade viverá uma espécie de toque de recolher. “Precisamos que as pessoas parem de fazer festinhas. Eu sou jovem, gosto de festa. Talvez eu seja a pessoa que mais gosta de festa em Goianésia, mas não estou fazendo festa. Queria pedir a todas as pessoas, aos baladeiros de plantão para parar com essa m., pô.”

Confira as decisões dos municípios abaixo:

MUNICÍPIO

SIM

NÃO

INDECISO

Goiânia

x

Senador Canedo

x

Aparecida de Goiânia

x

Bela Vista de Goiás

x

Caldas Novas

x

Itumbiara

x

Catalão

x

Rio Verde

x

Trindade

x

Cocalzinho

x

Santo Antônio

x

Luziânia

x

Alexânia

x

Novo Gama

x

Cidade Ocidental

x

Valparaíso

x

Águas Lindas

x

Abadiânia

x

Anápolis

x

Abadia de Goiás

x

Porangatu

x

Formosa

x

Goiás

x

Hidrolândia

x

Aruanã

x

Itaberaí

x

Ipameri

x

Jataí

x

Jussara

x

Morrinhos

x

Goianésia

x