A equipe goiana liderada por Lélio Júnior e Hebert Goulart se prepara para a sexta edição do Rally Race Sul-Americano, com 4 mil quilômetros de prova ao longo de oito dias na Argentina. Com trechos que atravessam desertos, rios secos e terrenos rochosos, os pilotos precisarão contar com preparo físico, estratégia e uma logística impecável para cruzar a linha de chegada.
Nesse sentido, para enfrentar os desafios da estrada, a equipe revelou, em entrevista ao Tom Maior do Sistema Sagres, que investiu em um motorhome de 47 metros totalmente equipado. “A logística é complicada, e esse motorhome nos ajuda muito. Temos dormitórios confortáveis, cozinha, sala de fisioterapia e uma oficina completa. Tudo para garantir que estejamos descansados e preparados para cada dia de competição”, disse o navegador Weberth Moreira.
De acordo com a equipe, a estrutura inclui ainda um sistema de geração própria de energia e 4 mil litros de água para abastecimento, garantindo autonomia mesmo nas áreas mais remotas. “Nosso caminhão funciona como uma base móvel para qualquer imprevisto. Temos tudo o que precisamos para manter o carro em perfeitas condições”, acrescentou o piloto Elélio Vieira.
Logística: o grande desafio da competição
Com trechos cronometrados que podem chegar a 500 quilômetros seguidos e apenas uma parada de 20 minutos para abastecimento, a logística se torna um dos pontos cruciais para o sucesso na prova.
“Nosso carro consome cerca de 1,5 litro de combustível por quilômetro. Como o regulamento exige que tenhamos autonomia para 200 quilômetros, a equipe precisa estar em pontos estratégicos para garantir o abastecimento”, explicou Elélio.
Além disso, a competição não acontece em circuito fechado. Sendo assim, a cada etapa, a equipe precisa desmontar e remontar toda a estrutura de apoio em uma nova cidade. “O primeiro dia começa em São Rafael e termina em San Juan. Nossa carreta, que funciona como um mini-hotel com oficina mecânica, desmonta tudo e se desloca para a próxima cidade”, detalhou o piloto.
Treinamento dentro e fora das pistas
Embora para muitos o Rally pareça um esporte que exige pouco condicionamento físico, a realidade é bem diferente. “Dentro do carro, há uma briga constante com o volante. O esforço é intenso, e eu preciso de um preparo físico forte”, revelou Elélio.
Por outro lado, para Weberth, a preparação tem um diferencial curioso. “No meu caso, além da parte física, treino até no videogame. Como navegador, preciso estudar muito as planilhas e simular os trajetos. Jogos específicos ajudam bastante no reflexo e na tomada de decisão”, afirmou.
Para Elélio, a competição é mais um capítulo em uma carreira que já soma quase 30 anos. “Comecei no Rally em 1997. Meu primeiro Rally dos Sertões foi em 2002, e desde então já participei mais de 20 vezes. Agora, vamos enfrentar o SAR, uma prova que abre o Campeonato Sul-Americano de Rally e percorre trechos históricos do antigo Rally Dakar na América do Sul”, explicou o piloto.
Já Weberth iniciou sua jornada no esporte em 2011, participando de ralis regionais. A parceria entre os dois começou em 2015, mas foi apenas em 2019 que passaram a competir juntos oficialmente. “Aqui no estado temos mais provas de regularidade, que não envolvem tanta velocidade. Mas quando começamos a disputar ralis de velocidade, a dinâmica mudou completamente”, contou o navegador.
Transmissão inédita
Uma das grandes novidades desta edição do Rally Race Sul-Americano será a transmissão ao vivo da prova, diretamente de dentro do carro. “Vamos testar um sistema inédito no Rally Mundial, transmitindo as imagens em tempo real pelo canal da nossa equipe, a Fifi Rally Team”, revelou o navegador.
Graças à tecnologia de internet via satélite, os espectadores poderão acompanhar todos os detalhes da competição. “Será uma experiência imersiva. Teremos um carro de edição recebendo as imagens e transmitindo com narração ao vivo. Eu e o Weberth estaremos no carro, explicando cada momento da prova”, explicou Elélio.
A inovação só foi possível porque o regulamento da competição argentina permite o uso desse tipo de tecnologia, algo que ainda não é viável em provas no Brasil. “Tentamos implementar isso no Rally dos Sertões, mas as regras locais não permitem. Agora, na Argentina, vamos testar esse sistema e trazer o público para dentro da corrida”, destacou Weberth.
“Quem quiser acompanhar tudo em tempo real, pode seguir o nosso canal no YouTube e o perfil no Instagram. Vamos mostrar desde a preparação até os bastidores da corrida, levando toda a emoção do Rally para o público”, concluiu.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 15 – Vida Terrestre
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