O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) vê sua demanda de mão de obra crescer ainda mais nestes tempos de pandemia, mas falta de profissionais qualificados é entrave para ocupação de oportunidades de emprego no mercado de trabalho.

A demanda anual por profissionais dessa área no Brasil, projetada entre 2019 e 2024, está em 70 mil profissionais. Porém, apenas 46 mil pessoas se formam ao ano com o perfil necessário para atender essas vagas.

Os dados são do estudo “Achados e Recomendações para Formação Educacional e Empregabilidade em TIC”, realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), e que aponta ainda que até 2024 o Brasil poderá ter um déficit de 270 mil profissionais na área de TIC.

Em entrevista a Sagres TV, Deybson Cipriano, Presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Goiás, a Assespro-go, falou sobre a importância de se capacitar novos profissionais nessa área.

“Estudos mostram que nós não capacitarmos pessoas no setor de tecnologia, haverá um apagão tecnológico. Em 2021 nós poderemos ter até 270 mil vagas ociosas no setor de tecnologia. O setor de tecnologia cresce ao contrário da realidade, cresce acima do PIB, porque é um setor que demanda inovação e empreendedorismo e pessoas que tem a capacidade intelectual de desenvolver soluções que vão resolver problemas da população”, explicou.

“É um setor que gera mais empregos, porque você tem vários programas, vários setores de inteligência artificiais e hoje a gente costuma falar que a internet é muito mais importante hoje do que você ter água e energia em casa. Porque sem internet você praticamente não consegue se comunicar mais e para que você tenha toda essa tecnologia e inovação na sua casa você depende de pessoas e profissionais que estão desenvolvendo os produtos e soluções para o nosso bem estar no dia a dia”, ressaltou

GoTech

Em Goiás, para fomentar a criação de mais cursos que irão capacitar um número bem maior de profissionais para o setor de TIC, e também criar um ecossistema de base tecnológica no Estado, acaba de ser lançado o Programa de Capacitação Empreendedora (PCE).

A iniciativa, que conta com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), será encabeçada pelo Instituto Gyntec Academy, maior hub de tecnologia e inovação do Centro-Oeste; Associação das Empresas de Tecnologia da Informação de Goiás (Assespro-GO); e a Softex, Organização Social Civil de Interesse Público (OSCIP) que há 24 anos atual em prol do fomento da Transformação Digital Brasileira.

O anúncio do PEC em Goiás ocorreu durante uma live promovida pelo Gyntec Academy no último dia 1º de outubro. O evento virtual reuniu mais de 50 participantes entre representantes de empresas privadas de tecnologia, startups, universidades, secretarias de prefeituras ligadas a área de desenvolvimento econômico e inovação e outros segmentos, de faculdades.

Inicialmente o programa será implantado nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. A primeira ação será a realização de uma pesquisa ao longo do todo o mês de outubro com mais de 120 empresas de TI e startups em Goiás.

Deybson destaca que “esse programa é chamado de  GoTech (Programa de Inovação Aberta para Desenvolvimento Tecnológico no Estado de Goiás), ele vem com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, através de alguma organizações sociais, em parceria com as prefeituras de Goiânia, Aparecida e Anápolis. Queremos formar um cinturão tecnológico nas cidades da região metropolitana”.

“No início esse programa será de capacitação gratuita, em uma segunda etapa, vamos trabalhar também com um grupo de pessoas que estão mais longe da tecnologia, são pessoas de baixa renda e principalmente mulheres. Nós temos que capacitar muitas mulheres, porque temos muitos homens no setor de tecnologia, então temos que capacitar mais mulheres”. declarou.

Além de cursos nos níveis de graduação e técnico para jovens queiram entrar neste mercado de trabalho, o GoTech irá desenvolver projetos de letramento e inclusão digital que serão levados para comunidades carentes e rurais. Deybson Cipriano ainda destacou que nesse primeiro momento o curso será online e gratuito.

No ano que vem terão laboratórios presencias para alguns cursos que precisam de mentoria presencial. Parceiros como Senac, Senai, Fecomércio e Sebrae irão disponibilizar espaços físicos para os treinamentos presenciais. O programa capacitará novos programadores, analistas de sistemas, profissionais que trabalham com dados, segurança e infraestrutura, em outros.

Assista a íntegra da entrevista com Deybson Cipriano na edição de hoje o Sagres Em Tom Maior