A Sagres tem conversado com especialistas, médicos, gestores municipais e vários outros profissionais da saúde que estão lidando com a Covid-19 diariamente. Todos são categóricos ao alertar: O Brasil vive o pior momento da pandemia. Em Goiás, novas Cepas são identificadas, pacientes aguardam vaga por um leito e a disseminação está acelerada, enquanto a vacina caminha a passos lentos.
Um levantamento feito pelo Sagres Online mostrou que Goiás levou apenas nove dias para registrar mais mil mortes, chegando a marca de 10 mil vidas perdidas nesta quinta-feira (18/3). No mesmo dia em que o estado alcança esse triste dado, a Secretaria de Saúde divulga os 23 municípios que registraram a presença de novas variantes.
Goiás demorou 127 dias para registrar os primeiros mil óbitos. E esse número foi registrado no dia 17 de julho de 2020, quatro meses depois do primeiro caso registrado no Estado. Na época, Goiás registrava o segundo recorde de mortes por dia: 65. Bem diferente do índice registrado hoje. Pra se ter uma ideia: só entre esta quarta e quinta-feira, 3.328 mil goianos foram inseridos no painel da secretaria como casos positivos.
Nº de Óbitos | Datas | Quantidade de Dias |
1000 | 17/07/2020 | 127 |
2000 | 08/08/2020 | 22 |
3000 | 28/08/2020 | 20 |
4000 | 18/09/2020 | 21 |
5000 | 07/10/2020 | 19 |
6000 | 14/11/2020 | 38 |
7000 | 13/01/2021 | 60 |
8000 | 16/02/2021 | 34 |
9000 | 09/03/2021 | 21 |
10000 | 18/03/2021 | 9 |
Depois, foram 22 dias até Goiás alcançar os 2 mil mortos, registrados no dia 8 de agosto de 2020. Nesse dia, Goiás apontava como o segundo estado do Centro-Oeste com a maior incidência de mortes por Coronavírus, com a taxa de letalidade em 2,39%. Atualmente, essa taxa é de 2,25%.
Os registros de 3, 4 e 5 mil óbitos tiveram um intervalo de 20, 21 e 19 dias, respectivamente. Foram nos meses em que o país vivia ainda o ápice da primeira onda, inclusive com recordes de mortes em 24 horas.
Em 14 de novembro, o estado chegava a marca de 6 mil mortes provocadas pela Covid-19. O prazo para chegar até esse número foi de 38 dias. O prazo para alcançar as 7 mil vidas perdidas passou a ser maior ainda: 60 dias, e isso ocorreu no dia 13 de janeiro de 2021. Na época, a taxa de casos confirmados começava a subir, indicando a tendência de uma segunda onda.
Também foi no dia 13 de janeiro que Goiânia perdeu seu prefeito eleito. Maguito Vilela não resistiu às complicações da Covid-19 e faleceu na madrugada daquele dia. O emedebista lutou bravamente durante 80 dias.
O índice de 8 mil mortes chegou 34 dias depois. O prazo foi menor ainda no registro dos 9 mil mortes: 21 dias. E esse tempo ficou ainda mais curto com a chegada dos 10 mil óbitos nesta quinta-feira. Foram apenas 9 dias para que Goiás registrasse mais mil mortes. Desde o final do mês de fevereiro, o registro de novos casos de Covid-19 em 24 horas fica acima dos 3 mil. Nesta quinta, foram 3.328 novos casos confirmados e 135 novas mortes causadas pela Covid-19.
E ao mesmo tempo em que se alcança mais mortes em um espaço de tempo menor, o sistema de saúde caminha para um colapso. Em entrevista à Sagres hoje, o governador de Goiás afirmou que essa alta procura por um leito de Covid-19 demonstra que o sistema não comporta mais. Até às 11h de hoje, mais de 500 pessoas estavam na fila aguardando uma vaga em UTI ou enfermaria no estado.
“A situação é de colapso real, essa que é a realidade. Nós estamos transformando leitos de enfermaria em leitos críticos, nós estamos ampliando e solicitei aos prefeitos também que transformassem as UPAs também em Covid-19″, afirmou.
Durante a tarde, Caiado pediu ajuda aos goianos. “Peço que, por favor, entendam, são vidas e não números. São pessoas queridas”.