O ano era 1990. A CBF promovia pela segunda vez a Copa do Brasil. O Goiás Esporte Clube, derrotado pelo Sport na semifinal de 1989, decidira a competição contra o Flamengo em dois jogos “amarrados” e cercado pela polêmica convocação do lateral esquerdo Lira.

“No segundo jogo, a CBF, o Falcão, convocaram o nosso batedor de faltas e escanteios, que era o Lira, para a Seleção Brasileira. Foi a primeira vez que o Goiás teve um jogador convocado, enquanto o Flamengo que tinha Renato Gaúcho, Júnior, Bobô, Uidemar e não teve ninguém convocado pra esse amistoso lá em São Luiz, no Maranhão. Então aí já começou”, recorda o então goleiro Eduardo, um dos destaques do time esmeraldino.

Gaúcho de Santa Cruz do Sul, Eduardo mora atualmente em sua cidade natal. Carrega contigo o carinho pelo Goiás, como nos contou em entrevista concedida no dia 11 de março durante o programa Hora do Esporte. Foram 5 temporadas seguidas vestindo a camisa do Verdão e embora não tenha conquistado o título da Copa do Brasil de 1990, guarda boas lembranças daquele time que fazia vítimas no estádio Serra Dourada.

“Foi um momento muito bom para o Goiás. Tínhamos uma facilidade de jogar no Serra Dourada e ficou bom pra nós, já que era mata-mata”, lembra Eduardo, que no gol esmeraldino, atuou nas classificações contra Cruzeiro, Operário-MS, Atlético-MG, Criciúma, até a final contra o Flamengo. “Nosso time era melhor em termos de conjunto, mas no final não conseguimos fazer o gol no Serra Dourada e perdemos o título”, explica o ex-goleiro.

Os dois jogos finais aconteceram nos dias 1º e 11 de novembro de 1990. Na ida, em Juiz de Fora, vitória rubro-negra por 1 a 0, enquanto que no Serra Dourada com cerca de 45 mil pagantes, um amargo empate sem gols deu o título para os cariocas. Naquela noite a escalação do Goiás, que era comandado por Sebastião Lapola, teve: Eduardo; Wilson, Richard, Jorge Batata e Dalton; Wallace, Fagundes, Luvanor e Josué; Niltinho e Túlio. Já o Flamengo, treinado por Jair Pereira, contava com: Zé Carlos; Ailton, Vitor Hugo, Rogério e Piá; Uidemar, Júnior, Bobô e Nélio; Renato Gaúcho e Gaúcho.

“Lembro bem que em Juiz de Fora, nós jogamos muito melhor do que o Flamengo no primeiro tempo, perdemos várias chances de gol, e no segundo tempo em uma bola parada eles conseguiram fazer 1 a 0. E o árbitro aqui foi o gaúcho Renato Marsíglia, que ficou travando o jogo o tempo todo. O Flamengo se postou lá atrás, ficou trancado, sem dar espaços pra gente, e tivemos poucas chances de gol e ficou no 0 a 0”, detalhou Eduardo.

Eduardo – Goleiro do Goiás em 1990 (Foto: Futebol de Goyaz)

Hoje, fora do futebol, Eduardo apenas acompanha como torcedor. De longe, faz questão de assistir pela televisão, ao lado do filho, os jogos do Goiás. “Já faz uns cinco anos que saí do futebol. Só como torcedor. Meu filho sempre me avisa quando tem jogo do Goiás. Sempre acompanho. Tenho muitos amigos em Goiânia, que mora no meu coração”.