Goiás recebeu mais 69.800 doses da CovonaVac, vacina contra a Covid-19, nesta terça-feira (9). O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, disse, em entrevista ao Sagres Sinal Aberto, nesta quarta-feira (10), que para impactar de maneira efetiva e diminuir número de internações, óbitos e reduzir a transmissão, é necessário imunizar um terço da população e citou países que já começaram a ter resultados como Israel e Estados Unidos. “O Brasil, a gente considera que começou um pouco tarde essa vacinação, mas, enfim, é o que está estabelecido para nós e vamos acelerar o máximo”

O secretário contou que o Ministério da Saúde manifestou a intenção de distribuir as vacinas toda quarta-feira e que isso é importante. “Isso para gente é bom porque nos permite uma programação mais sistemática, por mais que sejam doses no quantitativo inferior que a gente gostaria, que seria ideal. Mas o fato de ter regularidade já nos ajuda nessa programação”.

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Ismael detalhou que o público-alvo da vacina no momento é de 75 anos ou mais e que mesmo que algumas cidades já tenham avançado nessa idade, a distribuição ocorrerá para todos os 246 municípios. “O critério segue, neste momento, por idade, até chegar aos 60, de forma que mesmo quem avançou, deve mantém a lógica”.

O secretário também explicou que a organização de um cronograma pelo Ministério da Saúde é essencial para a coordenação da imunização nacional. Além disso, contou que a carta enviada pelo Conselho de Secretários de Saúde à pasta, pedindo uma condução nacional, não teve resposta. “Há um silêncio que incomoda, inclusive”, declarou.

Sobre o Fórum dos governadores, Ismael relatou que as discussões continuam constantes sobre as medidas que precisam ser tomadas, mas que ainda não há nada de concreto. O secretário relatou a dificuldade em conseguir as vacinas e que, apesar do assunto ter esfriado, continua em contato com laboratórios. “O que eu ouço é que tem pouco estoque e o estoque que tem está comprometida com o Ministério da Saúde”.

Medidas de restrição

Ismael disse que o registro de novos casos está em curva ascendente no momento, mas que isso deve se estabilizar, no alto, a partir da semana que vem. Em abril, segundo o secretário, Goiás deve manter uma média de taxa de ocupação dos leitos de UTI em 90% e que só em maio, a doença começará a recuar.

Apesar disso, o secretário considera inviável a manutenção de mais dois meses de restrição, pois acredita que não haveria adesão. “A gente precisa, do ponto de vista de sociedade, ter um termômetro sobre isso para não errar tempos e movimentos e entender que as ações, elas precisam ser efetivas”.

Ismael defendeu que é preciso aprender a conviver com as novas medidas, em função da possibilidade de continuidade do vírus no futuro. “Eu acho que, pelo menos, se aproximar da cultura japonesa, que quem está com sintoma sai na rua de máscara sem ninguém pedir”, detalhou o secretário, que ainda afirmou que as aulas, com uma porcentagem de 30% dos alunos, são necessárias, pois essa geração tem que aprender sobre medidas para evitar o contágio e passar o aprendizado adiante.