Nas 16 semanas epidemiológicas de 2023, Goiás registrou 50.626 casos de dengue. O número é 68% menor se comparado às 159.813 notificações registradas no mesmo período do ano passado. O levantamento é do Boletim de Dengue da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).

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A secretaria, no entanto, reforça que, apesar da redução no número de casos, a população não deve relaxar em relação aos cuidados preventivos à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

“Os dados da dengue ainda podem ser acrescidos, pelo fato de haver uma demora no repasse dos municípios à SES, responsável pela inclusão dos registros no sistema. E mesmo com a diminuição do número, já foram registrados, neste ano, sete óbitos em decorrência da doença”, explica o coordenador de Dengue, Chikungunya e Zika da SES-GO, Murilo do Carmo.

Goiânia, por exemplo, que já esteve na segunda posição do Estado em relação ao número de casos no mapa da dengue, hoje figura entre os municípios com baixo grau de risco em relação à doença. Conforme o boletim, a capital registra 69 casos a cada 100 mil habitantes.

Goianápolis, entretanto, que fica 39 quilômetros distante, possui risco alto, de acordo com o mapa da dengue. São 312 casos a cada 100 mil habitantes. Em Palmeiras de Goiás, esse número sobe para 430. Já em Cezarina, são 767.

Focos em imóveis desocupados

De acordo com profissionais da SES-GO, os imóveis desocupados por longos períodos têm risco aumentado de abrigar focos de reprodução do mosquito da dengue. Além disso, os dados levantados pela Pasta revelam que a maioria dos criadouros do inseto está concentrada nas residências.

Por esse motivo, segundo a secretaria, é fundamental que os moradores façam uma limpeza aprofundada dentro e fora do imóvel. É preciso retirar todo e qualquer objeto ou utensílio que favoreça o acúmulo de água parada, ideal para a proliferação do Aedes aegypti. Além disso, o mosquito da dengue transmite zika e chikungunya.

Criadouros dentro de casa

Entre as medidas que inibem a reprodução em grande escala do mosquito da dengue estão a vedação da caixa d´água, o recolhimento e acondicionamento do lixo, a cobertura de cisterna e reservatórios de água. Murilo do Carmo acrescenta, contudo, que o Aedes aegypti tem a capacidade de se reproduzir nos lugares mais inusitados.

Segundo o coordenador, um criadouro muito comum do vetor é o recipiente de degelo das geladeiras. “Ao viajar, mesmo que por poucos dias, as pessoas devem fazer a limpeza desse compartimento”, informa.

Ainda conforme a SES-GO, deve-se ter o mesmo cuidado com os vasos de plantas e sanitários, depósitos de água de umidificadores, ralos e sifões na cozinha e no banheiro. O ovo do mosquito, porém, em contato com água parada, leva, em média, sete dias para se transformar em mosquito adulto. Itens como tampinhas de garrafa, latas e copos plásticos podem, em pouco tempo, se tornar criadouros do Aedes.

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