Nesta quarta-feira (22), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), abriu a comporta de uma barragem localizada na zona rural para reequilibrar a vazão do Rio Meia Ponte. Em entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (23), o presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, afirmou que apesar do tempo de estiagem, Goiás tem situação melhor do que em anos anteriores se tratando do abastecimento de água. O presidente explicou a abertura da primeira barragem.

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“Isso faz parte do planejamento, consta no próprio decreto de segurança hídrica editado pelo governador este ano. Foi feito todo um trabalho de levantamento e tratativas com todos esses proprietários rurais que tem essas barragens. Foram selecionadas nove e vamos abrí-las conforme o necessário. Isso ajuda muito também a manter a vazão remanescente depois da nossa captação para manter a melhor qualidade da água e a própria vida do rio”.

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Ricardo detalhou que além das barragens que podem ser abertas, outas ações têm sido realizadas nos últimos anos para que Goiás consiga superar os períodos de estiagem.

“Há todo um trabalho feito nos mananciais, de recuperação de nascentes, de matas ciliares para que quando venha chuva, possa penetrar e reabastecer os lençóis freáticos. Isso vem sendo feito em várias bacias ao longo de todo o Estado. Também há gestão do uso dos recursos hídricos, pois são muitos usuários e nessa época de estiagem é quando mais se usa. Isso ajudou a dar regularidade no rio, não ficar entre altos e baixos, o que daria instabilidade na captação e logicamente na distribuição. Quando se trata de água, que é essencial para as pessoas, é preciso ter muito planejamento”.

Da parte da Saneago, Soavinski explicou que a estatal fez a integração dos três sistemas de abastecimento: a Estação de Tratamento de Água (ETA) Eng.º Rodolfo José da Costa e Silva (Rio Meia Ponte), ETA Jaime Câmara (João Leite) e ETA Mauro Borges (João Leite). Segundo o presidente, a capacidade do João Leite é uma dos motivos para acreditar que não haverá rodízio.

“36% da população depende, hoje, do Rio Meia Ponte, antes era 60%. 27% depende do Jaime Câmara, que é agua do João Leite, é 37% do Mauro Borges, ou seja, 64% do João Leite, que tem água reservada e bastante água ainda. Além disso, fizemos redução de perdas. No país beira os 40%, em Goiás está em 26%”, enfatizou.

Falta de água em Goiânia e Região Metropolitana:

O presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, reforçou que a falta de água registrada em Goiânia e Região Metropolitana não ocorreu por nenhuma restrição hídrica relacionada a vazão dos sistemas de abastecimento. O fato se deve ao rompimento de uma “grande adutora” do Sistema Jaime Câmara que leva água para os reservatórios.

“É muito ruim quando acontece isso, mas pode acontecer em qualquer lugar e imediatamente nossas equipes iniciaram o conserto, mas sendo uma grande adutora dessa, de aço, não é simples e é preciso secar a adutora. Então até que foi possível a secagem, levou mais tempo. Foram 22 horas de trabalho intenso para fazer a recuperação da adutora e depois tem que reabastecer todo sistema”.

Ricardo esclareceu que bairros altos e mais distantes demoram mais para ter o abastecimento reestabelecido, mas que há certa regularização no sistema. “Pode ter um problema ou outro, que aí é pontual e a gente pede que entre em contato conosco, que nossas equipes vão verificar o que está acontecendo”.

Assista a entrevista no Sinal Aberto: