Um ecossistema é um sistema dinâmico, no qual comunidades de plantas, animais, fungos e micro-organismos interagem constantemente umas com as outras por meio de relações tróficas e reprodutivas, além de interagir também com os fatores físicos do meio – água, luz, ar, minerais e nutrientes. O termo normalmente é utilizado na biologia.

Em Goiás, o Sebrae-GO será responsável por mapear pontos fortes e fracos, e fraquezas e oportunidades na atração ou fomento do chamado ecossistema de inovação de Goiás. A instituição venceu processo seletivo organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a partir de um projeto de cooperação técnica (Prodoc) com o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi). O tema está alinha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 09 (Indústria, Inovação e Infraestrutura) da Agenda 2030 da ONU.

De acordo com o Prodoc, a consultoria do Sebrae Goiás deverá formular e implementar um planejamento estratégico por meio do mapeamento do ecossistema de inovação de Goiás, seus agentes, níveis de relacionamento, personas, dores, ganhos, jornadas e oportunidades. É o que explica analista da Unidade de Relacionamento do Sebrae Goiás, Athos Vinícius, em entrevista ao Sagres Em Tom Maior #317 desta segunda-feira (26). Confira a seguir na apresentação de Vinícius Tondolo

“Se no território onde as empresas estão instaladas você tem uma boa ideia para desenvolver um projeto de inovação mas não tem capital humano, ou seja, não tem pessoas ali com habilidades específicas para trabalhar naquele negócio, ou não há um ambiente favorável para o empreendimento se instalar ali, provavelmente aquele negócio terá muito mais dificuldades do que em locais em que essa estrutura exista. É preciso que haja uma sinergia, complementariedade das instituições, do poder público e do interesse privado, para que a gente tenha um ecossistema saudável para que mais e melhores negócios inovadores possam surgir”, relaciona, ao esclarecer a nomenclatura ecossistema utilizada na iniciativa.

A assinatura do convênio foi realizada pelo superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Lima Neto, e pelo secretário de Desenvolvimento e Inovação, Marcio Cesar Pereira, na última sexta-feira (23), durante a Campus Party Digital, no Palco Goiás, no Passeio das Águas Shopping.

Como o projeto pode chegar às localidades

O objetivo é que, com esses dados em mãos, a Sedi possa desenvolver projetos com foco no fomento à consolidação de um ecossistema produtivo. De acordo com Athos Vinícius, a ideia pode chegar a todas as regiões, o que inclui pequenas cidades do interior.

“O que a gente precisa fazer é ir para esses territórios, mapear suas potencialidades, é preciso ver o que de negócios acontecem ali, quais os registros de empresas que mais contribuem com o PIB daquela localidade e fortalecer para que essa potencialidade discorra”, afirma.

Pontos fortes e fraquezas

Athos Vinícius destacou os pontos fortes da economia em Goiás como o desenvolvimento de projetos junto às universidades públicas e a tecnologia no agronegócio.

“Goiás hoje é referência em pesquisa e desenvolvimento de projetos de inteligência artificial, inlusive com o primeiro curso de graduação na área aqui na UFG. Há também um esforço para o reposicionamento da UEG, o governo tem uma capilaridade interessante com a UEG e o Itego (Instituto Tecnológico do Estado de Goiás Governador Otávio Lage). Goiás também é muito reconhecido por sua estrutura do Agro, instalou a primeira rede 5G do país em Rio Verde, e com centro de referência para agricultura exponencial. Há projeto para Anápolis para aproveitamento de toda a estrutura multimodal e logística de potencial, considerando também a própria estrutura de fármacos. Goiás também é forte na exportação de produtos primários como soja e carne. É aproveitar essa nossa identidade do Agro e inserir em processos de inovação”, argumenta.

Para o analista do Sebrae Goiás, o Estado precisa investir em infraestrutura tecnológica para lançar seus próprios produtos. “Talvez nos falte um fortalecimento de uma cultura de propriedade intelectual, de pesquisa e desenvolvimento. A gente tem um processo de patenteamento, de novos produtos inéditos que requerem uma consulta e uma propensão a registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), mas ainda é necessário uma estrutura e infraestrutura tecnológica um pouco mais robusta sob o ponto de vista de laboratórios e que eles sejam abertos, acessíveis, para que os pequenos negócios possam consumí-los de maneira mais natural”, conclui.

Geração de empregos

Neste domingo (25), a coluna Sagres Em Off destacou a atuação da Secretaria da Retomada em Goiás. A pasta foi estruturada para promover a ligação entre áreas do governo e do setor produtivo, no sentido de auxiliar a atividade econômica, bastante impactada durante pandemia da Covid-19. Um das principais ações foi a geração de empregos, mas o grande problema é a qualificação profissional.

Segundo o titular da Secretaria da Retomada, César Moura, no período foram criadas 35 mil vagas, mas apenas cerca de 3,5 mil vagas foram preenchidas, o que equivale a 10%. A oferta mensal no Sine era de apenas 350 vagas por mês e com funções de baixa remuneração. Agora o número mensal no Sine que agora está integrado no Mais Empregos, juntamente com os colégios tecnológicos, passou para uma oferta de 3 mil postos de trabalhos mensais.