Na manhã desta segunda-feira (03), o governador Marconi Perillo recebeu no Palácio das Esmeraldas, lideranças empresarias goianas para conhecerem o Programa Novo Futuro, a ser implantado a partir do próximo ano, na rede estadual de ensino. A proposta visa conferir o ensino de tempo integral a alunos do ensino médio em 15 escolas estaduais.

A medida será possível graças a convênio de cooperação técnica firmado com o Instituto de Co-responsabilidade pela Educação (ICE), de Pernambuco, responsável pela transferência de conhecimento, metodologia e tecnologia a serem aplicados nas escolas-modelo. Para isso, será necessário investimento de R$ 2 milhões nos próximos três anos, a ser levantado por parcerias público-privadas.

O governador Marconi Perillo recepcionou os empresários se dizendo alegre por iniciar a semana promovendo o debate de tema tão relevante para o futuro dos cidadãos goianos. “Iniciamos esse projeto com 15 escolas, mas ao longo do tempo pretendemos estender a todas elas. Teremos que avançar de forma rápida para que não registremos polos isolados de excelência. Todos merecem ter acesso a uma educação diferenciada e de qualidade”, alegou Perillo.

Em seu discurso, o governador aproveitou para evidenciar os recentes investimentos feitos na educação, como a reforma simultânea de 800 escolas, mediante repasses diretos da Secretaria da Educação, que totalizaram R$90 milhões. Também foi promovida a licitação para manutenção permanente de todas as escolas do Estado. “Teremos condições de ter escolas em bom estado de conservação durante todo o ano, promovendo a melhoria do ambiente para professores e alunos”, reforçou. Outra medida já prevista para o próximo ano é a climatização de todas as salas de 600 escolas, ainda no primeiro semestre, e a distribuição de kits escolares e laptops para 400 escolas.

Conforme explica o secretário da Educação, o deputado federal Thiago Peixoto (que está licenciado do cargo enquanto apresenta projetos na Câmara dos Deputados, em Brasília), o governo escolheu como parceira uma entidade pioneira em projetos de excelência educacional no País e que já contribuiu com a implantação de sua metodologia de ensino em tempo integral para os estados de Pernambuco, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.

“O Pacto pela Educação que temos executado contempla a mudança no perfil do ensino médio, tornando o espaço de ensino algo mais atrativo. Contamos com a participação da iniciativa privada para contribuir com esse processo de mudança. Esse ano, registramos um salto significativo no ensino. Goiás apresentou maior salto qualitativo no último Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), ao obter crescimento de 16%”, afirmou Peixoto.

Para o presidente do ICE, Marcos Magalhães, os investimentos na educação brasileira são refletidos consequentemente na produtividade nacional. “Investir em educação não é uma proposta social, mas sim econômica”, reflete. Durante sua experiência como presidente da Phillips na América Latina, Magalhães se deparou com entraves de crescimento atribuídos a falta de mão de obra qualificada no mercado de trabalho. “Crescimento econômico pressupõe desenvolvimento tecnológico, que está totalmente aliado à educação formal do cidadão. Sem educação, esse ciclo não é completo”, analisa Magalhães.

Em 2003, o empresário, juntamente com outras lideranças fundaram o instituto sem fins lucrativos e, desde então, tem refletido e proposto melhorias para a educação pública no Brasil. Como desafio, a entidade se depara com o cenário nacional onde a média de escolaridade é de sete anos, ou seja, o ensino fundamental incompleto. “Goiás registrou avanços importantes no último ano. Porém, agora é a hora de consolidar essas conquistas de forma permanente e sustentável”, orienta.

O presidente da Federação das Indústrias de Goiás, Pedro Alves de Oliveira, reforçou a importância do empresariado se mostrar sensível à causa. “O empresário está mais preocupado em contribuir com a sociedade de modo geral. A escola em tempo integral garantirá a formação necessária ao jovem que, futuramente, vai somar forças ao mercado de trabalho. A Fieg contribuirá com esse projeto”, anunciou Oliveira. (Do Goiás Agora)