Articuladores do Palácio das Esmeraldas elaboram estratégias e argumentos para retomar a maioria governista na Assembleia Legislativa depois de pelos menos três baixas causadas por divergências internas nas eleições municipais deste ano.
Além de algumas relações estremecidas por falta de apoio do governador Ronaldo Caiado (DEM) a deputados que foram candidatos ou cabos eleitorais pelo interior, decidiram romper relações os parlamentares Zé Carapô (DC), derrotado em Jataí; Wilde Cambão (PSD), que perdeu em Luziânia; e mais recentemente Paulo Trabalho (PSL), cujo partido decidiu apoiar a candidatura de Maguito Vilela (MDB) neste segundo turno em Goiânia.
Paulo Trabalho definiu o rompimento ainda em meados de outubro, com argumento de que Ronaldo Caiado teria se distanciado da direita e do bolsonarismo em Goiás. As baixas deixam a base aliada na Assembleia Legislativa com menos de 25 deputados, dos 41, votação necessária para aprovação, por exemplo, de Propostas de Emendas à Constituição (PEC).
Além de auxiliares palacianos, o líder d o governo Bruno Peixoto (MDB) e, principalmente, o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), começam pelas beiradas e devem intensificar articulações para retomar a maioria governista na próxima semana, depois da conclusão do segundo turno em Goiânia.
Enquanto isso…
Sem maioria para votar PECs ou projetos mais polêmicos, a pauta da Alego segue com projetos de consenso do governo estadual. Para esta terça-feira (24), estão previstos projetos de reajuste do piso dos professores, abertura de crédito especial de R$ 1,3 milhão para a Secretaria de Educação e a instituição do Plano de Carreira para praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Pauta prévia
Ao todo são 74 matérias aptas à votação na Assembleia Legislativa nesta sessão ordinária, considerando vetos do governador a projetos de deputados, 20 propostas de parlamentares e um projeto do Tribunal de Justiça, que prevê alteração na organização interna do Judiciário com criação de cargos e redistribuição de magistrados.
Recurso
O Instituto Grupom e advogados da coligação do candidato Vanderlan Cardoso (PSD) protocolaram na Justiça Eleitoral pedido para publicar pesquisa de intenção de voto feita pela empresa. O levantamento foi contratado pela campanha de Vanderlan por R$ 18,7 mil e foi impedida de ser publicada por decisão do juiz Reinaldo Alves Ferreira, da 134ª Zona Eleitoral.
Argumentos
O Juiz entendeu que a definição prévia de locais onde a pesquisa seria realizada e a cobrança de dados pessoas dos entrevistados implicaria em possível alteração proposital dos resultados para favorecer o candidato do PSD.
Secretariado
O ex-candidato à prefeitura de Goiânia, Samuel Almeida, contrariou decisão de seu partido, PROS, e anunciou apoio à candidatura de Vanderlan Cardoso no segundo turno. Nos bastidores, aliados dos dois lados da nova aliança confirmar que a negociação envolveu a garantia de indicação, por Samuel, de dois secretários na equipe de Vanderlan, em caso de vitória no próximo domingo (29).
Em análise
A direção do PROS votou e aprovou apoio partidário à campanha de Maguito Vilela (MDB) e ainda considera punição ao ex-deputado estadual, que também foi secretário de Governo de Iris Rezende (MDB) no atual mandato. A conclusão ficará para depois da eleição.
Desânimo
O presidente Jair Bolsonaro voltou a dar declaração que aponta para derrota no processo de criação do novo partido “Aliança Pelo Brasil”. Segundo ele, “não é fácil formar um partido hoje em dia. A gente está tentando, mas, se não conseguir, a gente em março vai ter uma nova opção”. O presidente deu a declaração na chegada ao Palácio da Alvorada, no fim da tarde desta segunda-feira (23).
