Sagres em OFF
Rubens Salomão

Grupo de 150 organizações pede veto de Lula ao marco temporal indígena

Um grupo formado por cerca de 150 organizações da sociedade civil enviou nesta segunda-feira (9) uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo o veto integral ao marco temporal. O projeto de lei teve aprovação pelo Congresso no final de setembro e estabelece a tese do Marco Temporal para a demarcação de Terras Indígenas no país.

O PL 2.903/2023 foi aprovado no Senado no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou o julgamento da tese, decidindo pela sua invalidade. Como já havia passado pela Câmara, com facilidade pelos deputados federais ainda em maio, a proposta foi diretamente para sanção presidencial.

Na carta, as organizações pedem o veto ao projeto não só por ele contrariar o entendimento do STF, mas também por trazer uma série de outros retrocessos aos direitos indígenas. “O marco temporal é apenas uma das gravíssimas inconstitucionalidades e violações de direitos do texto aprovado pelo Congresso Nacional. O PL desmonta, em vários de seus dispositivos, o próprio conceito de terra indígena consagrado na Carta Magna”, diz trecho da carta.

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Foto: Lula e o Cacique Raoni Metuktire, no último Acampamento Terra Livre. (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Organizações

O texto dos deputados e senadores prevê a possibilidade de a União retomar as “reservas indígenas” a partir de critérios subjetivos. Citam a alteração de traços culturais e “outros fatores ocasionados pelo decurso do tempo”.

Intervenções

O projeto também autoriza a instalação de bases, unidades e postos militares e demais intervenções militares dentro de Terras Indígenas. Além da exploração energética e mineral nessas áreas, independente da consulta às comunidades indígenas envolvidas.

Combate

Segundo o texto, também está proibida a retirada de invasores das terras indígenas. Pelo menos enquanto o processo de demarcação não for concluído, mas seria permitido o contato com povos que vivem em isolamento.

Inaceitável

“A sociedade brasileira não pode mais admitir a institucionalização da barbárie”, apontam. “E espera que o Presidente da República cumpra com seus deveres constitucionais e garanta o restabelecimento dos direitos fundamentais e humanos dos povos indígenas”. O texto tem assinatura de organizações como Observatório do Clima, WWF, Climainfo, Greenpeace, Oxfam, entre outras.

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 15 – Vida Terrestre; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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