Heloisy Rodrigues é a primeira mulher a se formar em Inteligência Artificial no Brasil. A bacharel em IA é uma das 15 pessoas que a Universidade Federal de Goiás (UFG) graduou no curso de Inteligência Artificial, que é o primeiro curso da área no Brasil.

Rodrigues estudava odontologia, mas resolveu mudar sua formação em perspectiva de suas aptidões e em vista do mercado de trabalho. Ela adora matemática, disciplina que junto com a computação são os fundamentos da Inteligência Artificial.

O que é Inteligência Artificial?

Já sabemos que o foco de um odontólogo é cuidar da saúde bucal das pessoas, mas nem todo mundo sabe ainda o que é uma Inteligência Artificial e para que elas servem. “Uma inteligência artificial é a gente tentando fazer com que a máquina entenda como nós seres humanos entendemos”, explicou Heloisy ao Tom Maior.

A bacharel em IA exemplificou que a diferença entre nós e as IA é como a questão de um olho humano, pois nós sabemos a vida toda o que é um olho, mas as máquinas precisam aprender o que é para melhorar os processos braçais realizados por seres humanos.

“Desde criança eu aprendi o que é um olho porque minha mãe me falou que isso é um olho ou porque eu aprendi no decorrer da minha vida que isso é um olho. Mas a máquina vai ver isso aqui e não vai saber o que é”, contou. Então, o que acontece agora é que os seres humanos estão ensinando para as máquinas o que são as coisas.

“Então eu vou dar vários exemplos para ela, mostrar vários dados de várias pessoas e de variados jeitos, e no decorrer do tempo ela vai aprender também que aquilo é um olho. A gente vai dar esse aprendizado para a máquina e fazer com que ela tenha percepção do mundo como nós seres humanos temos”, disse.

Mudança no mercado

A Inteligência Artificial está em tudo e foca em realizar o trabalho que os seres humanos fazem, mas de maneira mais rápida e mecanizada. O fato gera preocupação em muitas pessoas que podem perder o emprego por terem sua mão de obra substituída pela IA.

Heloisy Rodrigues admitiu que o medo existe, mas garantiu que ele não é necessário. “Não precisa ter medo, a IA vem para nos ajudar, inclusive a ser mais humanos. Ela vem pra fazer algumas tarefas braçais e repetitivas que um humano não precisa se preocupar, pois é melhor a gente se preocupar com tarefas mais subjetivas e que exigem a nossa criatividade”, contou.

A preocupação com o mercado de trabalho é amplamente discutida, inclusive na educação. No entanto, Rodrigues apontou que é um movimento natural que ocorre de tempos em tempos e não tem com o que se preocupar.

“Quanto à questão dos empregos, alguns realmente vão ser exterminados, mas com a Revolução Industrial também já houve esse processo. Outros novos empregos serão criados, então não precisa se preocupar com isso”, destacou.

Curso de Inteligência Artificial

Novidade no mercado, a Inteligência Artificial já conta com vários cursos de capacitação, mas o curso da UFG é o primeiro de graduação do país.  O curso forma profissionais para resolver problemas complexos com Inteligência Artificial e está alinhado com performances inovadoras e empreendedoras.  

O curso da UFG é o Bacharelado em Inteligência Artificial (BIA) e está dentro do Instituto de Informática (INF). Heloisy Rodrigues afirmou que a equipe pedagógica do curso é “fantástica” e que mesmo sendo uma área nova, a universidade conseguiu construí-lo de “maneira excelente”.

“Eu falo que é uma tríade: primeiro tem a questão da matemática e a segunda parte é a programação, porque a máquina responde com números e essas duas bases são muito fortes. A terceira que eles fecharam com chave de ouro é o empreendedorismo. Então a gente pega o conhecimento adquirido com a programação e a matemática e promove alguma solução para ajudar a sociedade e melhorar a vida de todo mundo ”, contou.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade e o ODS 09 – Indústria, inovação e infraestrutura.

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