Nesta semana, dia 27 de outubro, foi celebrado o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com a Doença Falciforme. A data marca uma luta por melhores condições de representatividade. A médica hematologista do Hemocentro de Goiás, Maria Amorelli, esclarece sobre o tratamento da doença, em entrevista à Sagres TV nesta quarta-feira (28).

“Em geral, a criança tem necessidade transfusional, de um apoio médico frequente, de um acompanhamento, porque ela sofre crises de dores ósseas muito intensas, pode ter um maior risco de infecções e vários tipos de complicação”, esclarece.

Segundo Maria Amorelli, a doença falciforme é hereditária e pode ser detectada já nos primeiros dias de vida, no teste do pezinho. No entanto, ela esclarece a diferença da enfermidade para o traço falciforme.

“O traço falciforme não justifica uma anemia, é simplesmente um traço de portador. Significa que você tem a genética da anemia, mas ela é parcial. No seu sangue, o que predomina são as células normais. É importante saber que se tem um traço falciforme, porque se você vier a casar com uma pessoa que também tem o traço falciforme, podem ter um filho com anemia falciforme”, afirma. “O traço em si não é uma doença e não é uma condição grave, é um achado que hoje em dia é detectado no teste do pezinho”, elucida.

Doença falciforme é o nome dado às doenças causadas pela presença de uma hemoglobina anômala, a hemoglobina S nos glóbulos vermelhos. De acordo com a médica hematologista, existe um mito de que a pessoa que possui o traço falciforme não pode doar sangue.

“As pessoas que possuem o traço falciforme estão liberadas para doação de sangue. Apenas alguns tipos de pessoas não podem receber esse sangue. Então a gente separa. Em geral a gente usa parte, usa as plaquetas, o plasma e separa essa parte das hemácias”, afirma.

Principais sintomas

– Anemia, com icterícia (olhos amarelos)
– Dores ósseas e articulares
– Atraso no crescimento e desenvolvimento infantis
– “Síndrome Mão Pé”, com inchaço e dor em punhos, tornozelos e dedos. Em geral nas crianças até 2 anos de idade.
– Risco aumentado de infecções, dentre outros.

Tratamento

O tratamento do paciente com Doença Falciforme é baseado principalmente na prevenção das situações que levam à modificação da forma das hemácias.

Manutenção do calendário vacinal em dia, rápido tratamento de infecções, evitar desidratação ou exposição inadequada a temperaturas extremas e evitar atividades físicas muito intensas.

Para tratar as crises de dor já instaladas são utilizadas hidratação e analgésicos, administrados em casa ou na unidade de saúde dependendo da gravidade. Para as demais complicações, o paciente deve procurar prontamente o serviço de saúde na presença dos sinais e sintomas inicias.

Dessa forma, o paciente deve ser bem instruído no sentido do autocuidado, para que conheça a doença e possa evitar as situações de risco e reconhecer os sinais iniciais das complicações mais comuns, procurando o serviço de saúde o mais rapidamente possível.

Diagnóstico

Eletroforese de hemoglobina: a ser realizada nas crianças a partir de 4 meses e nos adultos que não realizaram o teste do pezinho.

Confira a entrevista a seguir no STM #129