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Rubens Salomão

Ibama prevê análise sobre exploração de petróleo na Foz do Amazonas pela Petrobras a partir de março

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Rodrigo Agostinho, apresentou nova previsão para análise do pedido da Petrobras para a Margem Equatorial. O dirigente afirmou ao jornal Valor Econômico que a licença ambiental para exploração de petróleo na Foz do Amazonas só deve avançar depois de março. Isso porque, segundo Agostinho, a companhia precisa terminar a construção da unidade de atendimento à fauna. A estatal realiza os trabalhos em Oiapoque (AP).

“Não há um prazo definido, a equipe técnica ainda está analisando”, disse Agostinho. “Mas não temos como emitir a licença sem uma estrutura montada. O que não quer dizer que a licença saia logo depois”. Questionado Rodrigo Agostinho desconversa sobre o futuro do pedido para exploração de petróleo. “Nem eu sei se será aprovada ou não. Isso é de responsabilidade da equipe técnica”, afirmou o presidente do Ibama.

Na semana passada, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, voltou a defender o avanço dos procedimentos para que a exploração de petróleo seja iniciada já em 2025, mesmo que em fase inicial. A empresa estima potencial de produção de 30 bilhões de barris de petróleo na região, a partir de área de perfuração a 2.880 metros de profundidade. O local fica a 175 quilômetros da costa do Amapá e a 540 quilômetros da foz do Rio Amazonas.

FOZ DO AMAZONAS EXPLORAÇÃO de PETRÓLEO NA AMAZÔNIA
Foto: Foz do Rio Amazonas, na costa do Brasil e da Guiana Francesa. (Crédito: Elsa Palito/Greenpeace Brasil)

Foz do Amazonas

“Quando a gente fala de Bacia da Foz do Amazonas, nós colhemos o infortúnio de um homônimo. A bacia se chama Foz do Amazonas, mas a área que nós estamos querendo furar é a mais de 500 quilômetros da foz do Amazonas. Isso é duas vezes a distância do Pré-Sal para a Praia de Copacabana. Se ninguém está preocupado porque confia na Petrobrás, por que não confiar na Petrobras numa área que é duas vezes essa distância?”, questionou Magda Chambriard, em entrevista à TV Band.

Defesa

“Então, eu acho que esse é um ponto importante. A gente tem que esclarecer isso, porque, quando a gente fala em Foz do Amazonas, está todo mundo pensando em sujar a Ilha de Marajó e não é nada disso”, aponta. A presidente da Petrobras ainda disse acreditar na liberação em 2025. “Eu sou uma otimista inveterada”, afirmou.

BLOCOS MARGEM EQUATORIAL EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
Foto: Margem Equatorial é dividida em 42 blocos exploratórios, em que 14 empresas atuam na região, buscando comprovar reservas. Em destaque, o bloco FZA-M-59, para o qual a Petrobras busca licença ambiental. (Crédito: Reprodução/Poder360)

Estudos

“Nós estamos estudando essa área há mais de 10 anos e a Petrobras tem toda a tecnologia e todos o recursos disponível para fazer essas operações”, defendeu. Chambriard ainda contou que a estatal fechou parceria inédita com a NASA e a agência espacial indiana para monitorar possíveis derramamentos na Margem Equatorial. “É a primeira empresa do mundo a fazer essa parceria. Então, nós estamos na vanguarda da tecnologia em todas as direções”.

Descentralizar

A presidente também confirmou que a empresa apresentou respostas aos últimos questionamentos do Ibama durante reunião técnica. Segundo ela, o objetivo é levar desenvolvimento para regiões historicamente carentes. “O que nós fizemos, ainda em 2013, com manifestação conjunta favorável da ANP e do Ibama, foi licitar áreas. Com o objetivo de descentralizar os investimentos exploratórios no Brasil, em benefício do Norte e Nordeste. Levar investimentos para a Margem Equatorial também significa gerar tributos para uma região que é extremamente carente de recursos”, apontou.

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*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12  Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudanças Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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