Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a infertilidade atinge cerca de 10% dos casais brasileiros. Porém, com o avanço da medicina, as possiblidades de realizar o sonho da paternidade estão cada vez maiores. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Reprodução Assistida (IBRRA) registra 75% de êxito nos tratamentos de infertilidade.

Mas para isso, é importante procurar, imediatamente, ajuda de um especialista quando o casal apresentar dificuldades relacionadas à reprodução. Se o problema é a infertilidade masculina, a maioria dos fatores está relacionada à produção ou disponibilidade de espermatozoides viáveis – daí a importância de se fazer exames de avaliação do sêmen.

Para esse diagnóstico, o espermograma é fundamental. Este exame analisa as características do espermatozoide, permitindo verificar o potencial de reprodução do homem e o que pode ser feito para melhorá-lo. “O teste avalia desde o aspecto até a quantidade e as condições dos espermatozoides, podendo verificar como está a fertilidade do homem, além de, muitas vezes, apontar outros fatores da saúde reprodutiva masculina, como as condições da próstata ou a presença de infecções ocultas, por exemplo”, explica a Dr. Gustavo Rassi, diretor-médico e patologista clínica de um laboratório clínico de Goiânia.

Normalmente, este teste é realizado quando existe algum problema físico, imunológico ou genético, que possa alterar as condições espermáticas e/ou interferir na fertilidade do homem. Tudo isso é avaliado num exame clínico feito pelo urologista ou especialista em reprodução humana. “Por isso, o teste não tem uma periodicidade regular”, comenta o médico. Ele conta que o espermograma é realizado por meio de coleta de sêmen, após um período de abstinência sexual de três a cinco dias.

Dr. Gustavo acrescenta que a qualidade do sêmen precisa ser avaliada, principalmente, nas situações em que casais estão tentando engravidar e no pós-cirúrgico de vasectomia. O material é analisado imediatamente após a obtenção da amostra, além disso, é feita uma avaliação descritiva do sêmen, enfatizando principalmente a motilidade (capacidade de se mover) e a morfologia (características físicas) do espermatozoide.

“Primeiro são avaliadas as condições físicas do sêmen, como volume, viscosidade, liquefação, coloração e pH (medida que determina a acidez de um material). Então, a análise se torna microscópica, para verificar a concentração de espermatozoides, qual a motilidade total e progressiva, a vitalidade desses gametas e se está tudo certo com a estrutura. Também são medidas as quantidades de leucócitos no esperma (células de defesa do nosso corpo) e de compostos, como ácido nítrico e frutose”, enfatiza o especialista.

O médico lembra que, normalmente, são pedidos dois exames com 15 dias de intervalo entre eles. Se os resultados forem semelhantes em ambos os teste, há um diagnóstico. “Se houver alguma diferença entre as características do esperma estudado nas duas coletas, o médico pode solicitar uma terceira coleta, para não deixar nenhuma dúvida”, finaliza Dr. Gustavo.

Da Agência Brasil