Segundo pesquisa do TIC Domicílios, realizada em 2022, cerca de 36 milhões de pessoas que não têm acesso à internet no Brasil. E na tentativa de expansão do serviço, está em ação um plano para levar conectividade 4G para pequenas comunidades, assim Caiambé, um pequena povoado no Tefé, município do estado do Amazonas, é um dos locais beneficiados.
Início
Josimar Oliveira Veloso Júnior nasceu e viveu a maior parte da vida em Tefé sem internet. Em 2018, ele arregaçou as mangas e decidiu transformar uma necessidade pessoal em negócio. Começou a construir uma torre de Manaus até Tefé – foram construídas 22 torres na época. Nasceu a operadora regional Veloso Net. O trabalho foi sendo desenvolvido e se aprimorando até que, há dois anos, ele começou uma parceria com a Huawei onde foram implementadas novas tecnologias, como Wireless, 4G e 5G.
A parceria consistiu na instalação de redes 4G em comunidades e cidades localizadas ao longo do rio Solimões, com extensão de 1.700 quilômetros, partindo de Tabatinga, cidade próxima à fronteira com a Colômbia, até Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas.
“Levamos internet de qualidade e com preço acessível para regiões até recentemente isoladas ou com serviços precários”, dz Júnior Veloso, CEO da Veloso Net.
Experiência
Assim como muitos moradores locais, Anilton Tuchaua, líder da tribo Kokama, teve recentemente sua primeira experiência com uma rede rápida (4G) de telecomunicações.
“Agora estamos mais conectados do que nunca. Com a rede podemos não só nos comunicar com as autoridades, como também entre nós. É muito importante para os nossos alunos, por exemplo, para que possam estudar com pessoas de fora”, afirma Anilton.
Parceria pela preservação
No última segunda-feira (27), a Huawei realizou um evento para mostrar a parceria em prol da inclusão digital e também anunciar a segunda fase de seu projeto Tech4Nature, que visa utilizar inovações tecnológicas digitais para preservação do meio ambiente e desenvolvimento econômico.
“De 2024 a 2026, a Huawei cooperará com a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) para implementar um projeto de proteção ambiental na área ao redor da foz do Rio Amazonas, no estado do Pará, e capacitar as comunidades locais para que possam usar a ciência e a tecnologia como forma de prevenir incêndios e proteger a flora e a fauna locais”, disse Atilio Rulli, vice-presidente de Relações Públicas da Huawei para a América Latina e Caribe.
A empresa tomou iniciativas semelhantes em comunidades remotas em Puerto Williams, uma cidade no sul do Chile, e em Mérida, uma cidade no sul do México onde fez parceria com organizações locais e internacionais para desenvolver soluções digitais de conservação da biodiversidade.
Segundo a Huawei, o objetivo é alcançar resultados semelhantes no Brasil, fornecendo ferramentas digitais, ao mesmo tempo que dá à população acesso a melhores serviços públicos, como saúde e educação, e melhores oportunidades de emprego e de novos negócios.
Beatriz Barros, coordenadora da UICN, explica que após a experiência global com o Tech4Nature começou-se a ser pensada a possibilidade de replicar o projeto para o Brasil, em uma segunda fase. Tendo a Amazônia como foco prioritário, a UICN começou a levantar as diferentes necessidades de tecnologias das comunidades onde a instituição já atua.
A partir do programa da Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas, da IUCN, que é uma certificação de áreas protegidas ou de unidades de conservação que tenham uma boa gestão, as comunidades começaram a ser selecionadas.
O projeto escolhido é uma tecnologia de baixo custo para ajudar a mensurar a nível local o impacto da mudança climática. A iniciativa já está em desenvolvimento pela Universidade Federal do Pará e o objetivo é dar escala.
“Temos muitos dados globais, mas queremos entender isso no território: quais mudanças vai causar e já estão causando para poder se antecipar na solução. Como resolver, como se adaptar junto às comunidades. Esperamos daqui um ano, um ano e meio conseguir implementar o projeto”, conta
A ação medirá o impacto da mudança climática em áreas de manguezais. “É um ecossistema ameaçado, além de ser para biodiversidade berçário de muitas espécies importantes e ameaçadas de extinção, é muito importante para comunidades locais por ser a subsistência de muitas comunidades extrativistas”, completa.
*Com informações do Ciclo Vivo
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
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