Questão global, a violência contra a mulher é também um problema de saúde pública e que atinge a todas as classes sociais. Em razão disto, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) está promovendo uma série de atividades em celebração aos 21 dias de ativismo pelo fim desse tipo de violência.

Em entrevista ao Sagres em Tom Maior #151, o promotor José César Naves de Lima avalia que a dificuldade de combate à violência de gênero é ainda maior no interior do Estado, que carece de políticas públicas relacionadas a esse tema.

“O grande desafio hoje é justamente a interiorização das políticas públicas, ou seja, fazer com que esse fazer estatal que é uma política pública, alcance também o interior, as cidades que estão localizadas no interior do estado para atuarem de uma maneira harmônica em sintonia com as ações que devem ser deflagradas por uma política públicas estadual preventiva e de proteção às nossas mulheres”, analisa.

Segundo dados publicados pelo Anuário de Segurança Pública, Goiás teve aumento de 9,8% nos casos feminicídio entre os anos de 2018 e 2019, e o número de assassinatos de mulheres passou de 36 para 40 no período analisado.

Ainda de acordo com o levantamento, o estado registrou 14 mil casos de violência doméstica em 2019, um aumento de 27% se comparado a 2018. Para o promotor, o comportamento agressivo contra as mulheres é, infelizmente, um fator cultural.

“Acontece no seio familiar dentro de casa, e na maioria das vezes a mulher não tem coragem, por uma série de fatores, de fazer a denúncia. É lógico que houve avanço no Brasil com as ouvidorias, as denúncias que chegam a Brasília nos são repassadas depois para cada órgão de execução de atuam no Estado, que tem a contribuição no combate à violência de gênero, mas infelizmente como é uma violência peculiar que acontece entre quatro paredes e tem aí um forte traço cultural”, aponta.

Confira a entrevista na íntegra a seguir