A endometriose é uma condição que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, chegando a quase 200 milhões de casos no planeta. Muitas vezes permanece pouco compreendida e subdiagnosticada. Nesta condição, o tecido semelhante ao revestimento do útero, chamado endométrio, cresce fora do útero, como nos ovários, trompas de falópio, e em outros órgãos na região pélvica.

Para falar mais sobre o assunto, o Sistema Sagres de Comunicação recebeu no Tom Maior o ginecologista Ary Wanderley. De acordo com o especialista, a condição ocorre na idade reprodutiva da mulher, ou seja, desde a primeira menstruação até a última, que é quando ela entra na menopausa.

Os sintomas da endometriose variam de leves a graves e podem incluir dor pélvica crônica, dores durante o sexo, irregularidades menstruais, dor ao urinar ou defecar, fadiga extrema e até mesmo dificuldade de engravidar em alguns casos.

“Na mulher com endometriose, a cólica menstrual pode ser mais intensa e incapacitante, que impede da mulher ir à escola, ou trabalho, e muitas vezes vai parar no pronto-socorro. Dor ao evacuar ou urinar, durante o período menstrual, também pode ocorrer”, explica.

Diagnóstico

O diagnóstico da endometriose muitas vezes requer uma combinação de histórico médico detalhado, exame físico e exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética. Em alguns casos, a laparoscopia, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, pode ser necessária para confirmar o diagnóstico.

Embora não haja cura definitiva para a endometriose, existem opções de tratamento para ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas. Isso pode incluir medicamentos para controlar a dor e regular o ciclo menstrual, terapia hormonal, como contraceptivos orais, ou até mesmo cirurgia para remover os crescimentos de tecido endometrial.

“Existem mulheres que têm a doença em um estado mais grave, mas não há uma relação direta entre gravidade, sintoma e fertilidade. A mulher pode ter poucos focos, ter muita dor e ser infértil. Ao mesmo tempo que outra pode ter poucos focos, não ter tanta dor e não ser infértil. E o contrário: a mulher tem muita endometriose, acometendo a bexiga, ovário, congelando a pelva e essa mulher não sentir nada, e também não interferir para ter filhos. Portanto, existem tipos diferentes, mas a dor e infertilidade podem ocorrer em qualquer um dos casos”, alerta.

Assista à entrevista na íntegra a seguir:

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar

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