Um estudo projeta investimentos de US$ 300 a US$ 700 bilhões em infraestrutura para o mercado de hidrogênio verde até 2030. A expectativa parte então da necessidade de os governos renovarem suas infraestruturas para garantir a neutralidade de carbono para cumprirem o Acordo de Paris. Assim, o cenário ainda prevê que esse investimento chegue a US$ 12 trilhões entre 2025 e 2050.

A expectativa de investimento em hidrogênio verde foi apresentada pelo Boston Consulting Group (BCG) no estudo intitulado “Building the Green Hydrogen Economy”, divulgado na terça-feira (2). Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG, explicou que o hidrogênio verde é uma alternativa essencial para resolver as pegadas de carbono nos setores de transportes e industrial. 

“Diante das metas mundiais de descarbonização, vemos um novo impulso à essa indústria, com países estabelecendo estratégias nacionais para investimento nesse segmento. Entendemos que estes incentivos acelerarão a curva de experiência e ganhos de escala, viabilizando oferta em uma área de altas expectativas para a redução de emissões futuras”, contou.

Desenvolvimento sustentável

O hidrogênio verde é visto como uma oportunidade de unir desenvolvimento sustentável e alta lucratividade, mas ainda é preciso investir em infraestrutura. O estudo do BCG mostrou que a demanda por hidrogênio foi de 94 milhões de toneladas em 2021. No entanto, as maiores fontes ainda foram as a fósseis, principalmente o gás natural. 

Diante desse cenário, o grupo projeta uma demanda entre 350 e 530 milhões de toneladas por ano de combustível de baixo carbono até 2050. “A partir dessa perspectiva, entendemos que os principais investimentos, em adição ao suprimento de energia renovável, devem ser voltados à produção e transporte do hidrogênio verde”, relatou.

A demanda pela produção sustentável, segundo Ramos, é urgente. Isso porque um dos parâmetros para essa demanda são os acordos internacionais assinados pelos países para assegurar o desenvolvimento econômico aliado à proteção do meio ambiente. Então, a expectativa do BCG para 2030 reflete nos projetos que devem cumprir o Acordo de Paris.

“Há senso de urgência. Se quisermos atingir as metas do Acordo de Paris, teremos de investir até 2030 algo em torno de US$ 300 a US$ 700 bilhões em infraestrutura”, frisou Arthur.

Mercado global

O hidrogênio verde é considerado “o combustível do futuro”. Então, o principal interesse por este combustível é sua característica produtiva não danosa ao meio ambiente. Portanto, para ser considerado hidrogênio verde, a produção e o transporte devem ocorrer sem o uso de combustíveis fósseis ou quaisquer processos prejudiciais ao meio ambiente. 

O Brasil possui 85% de sua matriz energética com fonte renovável. Esse detalhe faz do país um dos mais preparados no mundo para liderar o mercado de produção do hidrogênio verde. Por isso, Ricardo Pierozzi, sócio do BCG dedicado a novas fronteiras em energia renovável, afirmou que o país precisa se mover rapidamente dentro do mercado global.

“O Brasil pode se destacar no mercado de hidrogênio verde e almejar um protagonismo em mercados externos, produzindo cerca de 15 milhões de toneladas de H2v e suprindo as necessidades da Europa e Ásia. Mas, para isso, governos e empresas precisam se mover rapidamente”, destacou.

*Com informações do Portal Notícia Sustentável

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