O diretor de Políticas Globais do WWF Internacional, Efraim Gomez, avaliou que houve avanços nas negociações da conferência de biodiversidade da ONU, a COP da Biodiversidade 16.2. “Os Estados Partes deram um passo na direção certa”, analisou. Gomez reconheceu que o cenário da COP é desafiador e afirmou que cuidar da natureza é para o mundo um seguro de vida global.
“Investir na natureza é essencial, é um seguro de vida global. Através disso, podemos mitigar a crise climática e tornar ecossistemas e comunidades mais resilientes. Além disso, estabilizar os preços dos alimentos e capturar o carbono que alimenta eventos climáticos extremos e desloca pessoas. Precisamos aproveitar a oportunidade para investir na natureza”, destacou.
O diretor da ong afirmou que há consenso sobre o caminho que deve ser seguido para estruturar os arranjos financeiros que detenham a perda da biodiversidade e promovam a restauração da natureza. Todos estão celebrando que a reunião terminou com avanços, o que resultou em nossas decisões para que haja, de fato, a implementação do Marco Global da Biodiversidade.
COP da Biodiversidade
A conferência da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), a chamada COP da Biodiversidade, ocorre nos moldes da conferência da entidade sobre mudanças climáticas, mas a cada dois anos. Com foco na redução da perda e no uso sustentável da biodiversidade, a 16° edição ocorreu em Cali, na Colômbia, no final do ano passado.
Sem consenso sobre o financiamento do Marco Global da Biodiversidade, os Estados Partes da ONU realizaram a COP da Biodiversidade 16.2, entre 25 e 27 de fevereiro, em Roma, na Itália. Desta vez, as partes resolveram a arquitetura financeira para reduzir a perda da biodiversidade com o comprometimento de levantar 200 bilhões de dólares anuais até 2030.
Além da meta anual, os países fecharam entendimento para a existência do Fundo Cali. O mecanismo deve destinar 50% dos recursos para comunidades locais e povos indígenas. Também começou o prazo para o envio de relatórios de implementação do Marco Global da Biodiversidade, que será até 28 de fevereiro de 2026.
COP 30
Apesar de ser diferente, Michel Santos, do WWF-Brasil, disse que a COP da Biodiversidade deve marcar presença na COP 30, no Brasil.
“A COP16.2 reforçou a urgência da implementação do Marco Global de Biodiversidade. Agora, o Brasil tem a oportunidade de levar essa agenda adiante na COP 30 do Clima, demonstrando como a biodiversidade e o clima são agendas indissociáveis e que demandam soluções conjuntas”, afirmou.
Mesmo com os avanços na definição do financiamento, a WWF afirmou que os recursos ainda são insuficiente. Afirmou ainda que o acordo “ainda precisa se traduzir em mobilização real de recursos”. “Agora, começa o trabalho árduo. Ainda é preocupante que as nações desenvolvidas não estejam no caminho certo para cumprir seu compromisso de arrecadar 20 bilhões de dólares até 2025 para os países em desenvolvimento”, apontou Efraim Gomez.
Por fim, a COP da Biodiversidade 16.2 também definiu uma Revisão Global em 2026, na COP 17, na Armênia.
*Leia tudo sobre a COP da Biodiversidade aqui.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 12 – Consumo e produção responsáveis.
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