O índice de isolamento social em Goiás neste domingo (5) chegou a 47,3% de acordo com a empresa InLoco, que mede a mobilidade da população por meio da telefonia celular. Um crescimento de apenas 0,9 ponto percentual em relação ao dia 28 de junho, último domingo antes do decreto do governado, assinado em 29 de junho, que determinou a quarentena intermitente 14 por 14 dias. Esse decreto visa elevar o distanciamento para média de 50%, para garantir achatamento da curva da covid em Goiás e evitar o colapso na rede de saúde. 
Os melhores índices de isolamentos no Estado aconteceram nos dias posteriores à publicação do primeiro decreto de restrições às atividades econômicas, que entrou em vigor em 19 de março. Em 22 de março, primeiro domingo depois do decreto, o Estado registrou 60,6% de distanciamento, o maior até o momento. A partir daí o índice foi caindo lentamente. Em 10 de abril, bateu em 50,4% e desde então não atingiu mais esse porcentual ideal. No domingo, 19 de junho, chegou a um dos porcentuais mais baixos, 32,5%.

Em vídeo publicado neste sábado (4) o governador Ronaldo Caiado pediu apoio às mulheres para garantir aumento do isolamento social. “Vocês são mais zelosas, vocês têm mais noção de vida. Vocês têm uma capacidade maior de frear os excessos. Ponderação que eu faço com cada uma: por favor, nos ajude. Mostre que não é possível nós deixarmos as pessoas indo para bares, fazendo festas, caminhando de todo jeito, participando de tudo quanto é aglomeração”, afirmou.

A proposta de distanciamento intermitente foi apresentada pelo professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel, em reunião virtual de Caiado com os prefeitos dia 29. Segundo o professor, o isolamento intermitente não é a proposta ideal, mas uma alternativa entre a ação mais eficiente, o lockdown, e a situação real em que o distanciamento social em Goiás caiu para uma média de 36%.

De acordo com o estudo de modelagem feito pelos professores Cristiane Toscano, epidemiologista do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, e José Alexandre Felizola Diniz Filho, também do Departamento de Ecologia, além de Rangel, se nada for feito, serão necessários o dobro de leitos de UTI existentes atualmente em Goiás e que haverá colapso do sistema de saúde em meados de julho.