Rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Goiano, o Jaraguá Esporte Clube tenta se organizar para disputar o Brasileiro Série D no segundo semestre de 2021, porém a missão não está nada fácil. Em entrevista para o comentarista Charlie Pereira, do Sistema Sagres de comunicação, o presidente do clube do Vale do São Patrício, Muller Meira, revelou que pode até desistir da competição nacional.

“A gente não conseguiu ficar na primeira divisão estadual. No futebol, as vezes as coisas não acontecem. Em relação a Série D, temos dúvidas ainda, inclusive por causa de mudanças. Temos empresários na cidade, o Grupo Mathias, e o Célio Moraes, que é ex-jogador profissional, e atualmente empresário importante na cidade, que querem fazer a gestão do clube nos próximos cinco ou dez anos. Ao meu ver é interessante, porque o futebol necessita de uma estrutura financeira e fazer um trabalho mais profissional. Eles contam comigo na função de gestor e na segunda-feira (17), isso vai ser votado no conselho deliberativo”, explicou Muller Meira, que deu detalhes sobre as dívidas trabalhistas que têm atrapalhado a gestão do Jaraguá.

“Tivemos a Copa do Brasil que nos trouxe um alívio, mas temos um passivo trabalhista muito grande por causa das últimas gestões. Buscamos um advogado em Goiânia, o Paulo Henrique Pinheiro, que vem nos ajudando também. Tínhamos 13 ações, fizemos acordos e diminuímos pra seis. Hoje a nossa dívida gira em torno de R$ 250 mil. É pouco para o mundo do futebol, mas pode inviabilizar o Jaraguá no futuro”.

Empresário Leonardo Mathias acompanhando atividades do Jaraguá no Estádio Amintas de Freitas

De acordo com Muller Meira, sem a parceria com os empresários, que será votada pelo conselho deliberativo na próxima segunda-feira, fica inviável ir para a disputa do Brasileiro. “O cenário fica inviável. Não assumiria o risco de uma competição tão deficitária como a Série D. A responsabilidade é muito grande e sem uma estrutura financeira, com gente nos ajudando, não tem como disputar a competição. É ruim, seremos penalizados, mas não podemos aumentar o passivo com dívidas para o futuro”.

Sobre o elenco que disputou o Campeonato Goiano, todos os contratos já foram rompidos, e depois da queda para a segunda divisão, a intenção é mudar a forma de trabalhar, com apostas em jogadores mais jovens. “Os contratos eram até o fim de maio e foram rompidos. Agora vamos utilizar um política diferente, com atletas mais jovens, contratados através de parceiras com outros clubes goianos. Assim, podemos fazer algum negócio no futuro”, disse Muller Meira, que não descarta uma parceria entre o Jaraguá e um outro clube. Questionado se poderia fechar com o Vila Nova, pois já trabalhou no clube e tem amizade com o presidente Hugo Jorge Bravo, Muller descartou.

“Não conversei com o Hugo a respeito de uma parceria. Temos uma proximidade, mas ele está mais próximo do Goianésia. Entendo perfeitamente, até porque o nosso cenário é de indecisão”, destacou Muller, que confirmou que existe uma negociação com Grêmio Anápolis, finalista do Goianão. “A gente tem conversando. Temos interesse, sei que eles também. Tomara que daqui a pouco a gente consiga fechar essa parceria”, finalizou.