João Gomes (Foto: Portal 730)

O ex-prefeito de Anápolis, João Gomes (PP), concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio 730 nesta quinta-feira (08). Durante a entrevista, ele relembrou parte de sua trajetória política e fez uma análise das articulações políticas que o PP tem construído.

Derrota nas eleições de 2016

Em 2016, quando ainda era do PT, João Gomes perdeu as eleições em Anápolis. Ele tentava a reeleição como prefeito. Na época, o ex-prefeito atribuiu a derrota ao desgaste do Partido dos Trabalhadores.

Ao relembrar o revés nas urnas, João Gomes disse que além do desgaste petista a nível nacional, questões internas relacionadas ao também ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), contribuíram para o fracasso do projeto de reeleição.

“A candidatura do Gomide (vereador), que seria nosso grande cabo eleitoral, quando ele dividiu essa coordenação com a sua própria candidatura perdeu um pouco o foco. Não estou culpando o Gomide, mas isso também contribuiu. Se ele tivesse focado somente na nossa reeleição teria sido mais produtivo”, destaca.

Ainda de acordo com João Gomes, o deputado federal Rubens Otoni (PT), um dos líderes petistas em Goiás, foi contra a candidatura de Antônio Gomide a vereador.

“Se o Gomide foi candidato a vereador, de alguma forma também nós concordamos. Na época, o Rubens Otoni foi contra (a candidatura de Antônio Gomide a vereador). O Rubens Otoni tem uma visão de grupo, de partido. Naquele momento um nome como o do Gomide para vereador ia causar ciúmes mesmo”, ressalta.

Após a eleição de 2016, João Gomes deixou o PT para se filiar ao PP, partido da base do governo. Ele adianta que não sairia do PT se tivesse vencido a eleição.  “Eu estaria lá até hoje. Eu poderia ter saído para ganhar a eleição, na avaliação da maioria, se eu saio talvez eu tivesse o apoio da base do governo em Anápolis. Eu não aceitei isso. Por que eu sairia se tivesse ganho a eleição? Depois da eleição, o espaço dentro do PT ficou diminuído”, justifica.

Caminhos do PP em Goiás

Com praticamente os dois pés dentro do PP, o atual ministro das Cidades, Alexandre Baldy, é um dos nomes que estão cotados para assumir o comando regional da sigla em Goiás. Se essa especulação for confirmada, a gestão do atual presidente do PP Goiás, senador Wilder Morais, poderia ficar esvaziada.

Além disso, Wilder também tem se aproximado dos partidos de oposição ao governador Marconi Perillo (PSDB). Em entrevista à 730, o deputado federal Roberto Balestra (PP) disse que dificilmente o PP fará uma composição com a oposição. Sobre o assunto, João Gomes disse que ainda é cedo para fazer qualquer projeção. “Essa é uma discussão de partido, que eu confesso que nós não fizemos ainda. Essa possibilidade (saída do PP da base) ainda não foi posta na mesa. É muito difícil pensar o PP fora da base, por isso estamos trabalhando para que a vaga de senador seja de Wilder Moraes”, afirma.

Acompanhe a entrevista completa:

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