Os protestos no Irã desde a morte de Mahsa Amini, jovem de 22 anos que faleceu após ter sido detida pela polícia da moralidade iraniana por não usar o hijab conforme os padrões do governo, em setembro, continuam a repercutir mundo afora.

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Em três meses de manifestações, cerca de 185 pessoas morreram durante os conflitos com as autoridades de segurança locais. Recentemente, o governo iraniano autorizou a condenação à pena de morte aos manifestantes.

De acordo com a Anistia Internacional, dois homens foram executados por estarem envolvidos nos protestos: Mohsen Shekari, em 8 de dezembro, e Majidreza Rahnavard, este enforcado em público na última segunda-feira (12).

Ainda segundo a ONG, mais de 20 pessoas foram condenadas à morte. Entre elas, o jogador de futebol Amir Nasr Azadani, de 26 anos, acusado de ser membro de um grupo armado que resultou na morte de três guardas de segurança.

Também estão sujeitos ao enforcamento outras duas figuras públicas: o rapper Saman Yasin, que apoiou o protesto nas redes sociais e supostamente disparou tiros para o alto, além de Toomaj Salehi, sentenciado por críticas feitas em uma música.

Acusado de “guerrear contra Deus”, a situação de Nasr Azadani chamou a atenção do mundo do futebol. A FIFPro, sindicato de jogadores profissionais, emitiu um comunicado através de suas redes sociais em solidariedade com o atleta.

“A FIFPro está chocada e enojada com relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr Azadani enfrenta a execução no Irã depois de apoiar campanha pelos direitos das mulheres e da liberdade básica em seu país. Nos solidarizamos com Amir e pedimos a remoção imediata de sua punição”, afirmou a Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol.

Ex-jogador de Rah Ahan e Tractor, clubes da primeira divisão do Campeonato Iraniano, e por último no Iranjavan Bushehr, da quarta divisão, Nasr Azadani também recebeu o apoio do ex-meia Ali Karimi, histórico jogador do futebol do Irã.