Com a participação de mais de 700 alunos da rede estadual de ensino, o Tocantins realizou até esta segunda, 2, os Jogos Escolares Indígenas, uma das maiores competições dos povos originários do Brasil que contou com a participação de estudantes-atletas indígenas de sete etnias com idades entre 12 e 17 anos. O II Jogos Escolares Indígenas do Tocantins (Jeits) são promovidos pelo Governo do Tocantins através da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
A competição foi marcada pela disputa de modalidades tradicionais como corrida de resistência, corrida 100 metros, arco e flecha, luta corporal, corrida de tora, corrida de varinha, arremesso de lança e cabo de guerra além de natação e futebol society.
Foi com o pai, à beira do rio, que o estudante-atleta Kahomana Wehaju Javaé, da Escola Indígena Ijawala, de Sandolândia, aprendeu a manusear o arco e flecha. Vencedor da prova que disputou caracterizado com as pinturas corporais do povo Javaé, Kahomana retornou da sua primeira visita à capital com o ouro na bagagem e o orgulho em representar seu povo.
“Treinei para esta competição, mas não imaginava levar o ouro. Meu pai pescava com flecha e será um orgulho levar a medalha para a minha aldeia. É a minha primeira participação e estou muito satisfeito com o evento, muito organizado. É muito gratificante ver todos os povos reunidos para mostrar suas culturas e suas habilidades”, destacou.
A disputa foi realizada na Praia da Graciosa, em Palmas e reuniu 763 estudantes-atletas indígenas de 35 escolas, representando sete povos do Estado: Apinajé, Karajá-Xambioá, Krahô, Javaé, Karajá, Krahô-Kanela e Xerente.
Gestão e integração
Para o gerente de Educação Indígena da Seduc, Ercivaldo Xerente, os Jeits são importantes para promover a socialização e a integração dos povos indígenas do Estado, contemplados pela política educacional do Governo do Tocantins.
“Os jogos estão fazendo a função de compartilhar e de tornar prática a convivência entre nós. É uma experiência única e temos muito orgulho de participar”, pontuou.
O secretário executivo da Seduc, Edinho Fernandes, falou sobre a felicidade de realizar a segunda edição dos Jogos Escolares Indígenas. Segundo o gestor, a competição tem feito sucesso movimentando a cidade e deixando palmenses e turistas maravilhados com a cultura dos indígenas do Tocantins.
“Os jogos chegaram para ficar, nós vamos trabalhar para que o evento seja realizado a cada dois anos, sempre nos anos ímpares. Já estamos trabalhando para que possamos realizar a 1ª edição dos Jogos Escolares Indígenas do Brasil, para que Palmas seja a sede deste grandioso evento que vai impactar ainda mais do que os Jeits têm impactado”, afirmou.
Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), ODS 16— Paz, Justiça e Instituições Eficazes.
