Os próximos passos do PSDB em Goiás estiveram na pauta da entrevista do ex-governador do estado, José Eliton, ao Sinal Aberto, na manhã desta segunda-feira (8/2). Eliton avalia assumir a presidência do partido. Durante a conversa, o peessedebista criticou a forma como o governador Ronaldo Caiado tem conduzido as contas públicas. “O governo aumentou o estoque da dívida em aproximadamente R$ 6 bilhões em apenas 2 anos”, afirmou.

Leia e ouça também:

PodFalar #123: PSDB tira a cabeça do ninho; Bolsonaro se fortalece para 2022

“Pela primeira vez em décadas, o governo do estado tomou mais de R$ 4 bilhões sejam relativos a não pagamentos de encargos e serviços da dívida, sejam relativos ao uso de depósitos judiciais privados, esses somando mais de R$ 1 bi e 800 milhões. O governo aumentou o estoque da dívida em aproximadamente R$ 6 bilhões em apenas 2 anos. Esse recurso que foi tomado foi aplicado na sua integralidade no custeio da máquina pública. Quando o PSDB buscou captar recursos, ele fez para investimentos. Ou seja, a população teve a contrapartida em serviços e em obras. Talvez esse seja o governo que mais endividou o estado em dois anos”, criticou.

Ouça a entrevista completa:

O ex-governador chamou a atual gestão de “especialista em fake news” ao, segundo José Eliton, deturbar informações relacionadas a gestão anterior. “A cada dia eles falam que a gestão anterior deixou um valor diferente de dívida. Esse governo é especialista em fake news. É só observar que no balanço apresentado pelo próprio governo atual, no começo da gestão, a dívida era de R$ 1 bilhão e 400 milhões. É preciso restabelecer a verdade. (…) É um governo midiático que bate exclusivamente em questões relacionadas ao passado. É um governo que não tem realizações, que não tem projetos, que não tem conquistas para a população”.

Ainda justificando as contas públicas deixadas em 2018, José Eliton afirmou que deixou o estado com uma das menores taxas relativas a relação de receitas líquidas e despesas do Estado. “Era e menor taxa dos últimos 50 anos: 0,92. Em 1999, essa taxa era de 3,6 ou seja, eram necessários 3 anos e meio de arrecadação para pagar a dívida do estado. Em 2018, quando deixei o governo, era necessário menos de um ano de arrecadação para pagar a dívida”.

FUTURO PSDB EM GOIÁS

Desde que o PSDB perdeu a eleição para o governo do estado, em 2018, o partido se recolheu. Para José Eliton esse foi um período para reflexão interna e reorganização da estrutura política pensando nas eleições de 2022. “Fizemos uma reflexão a cerca dos acertos e erros. Não me refiro apenas aos erros e acertos administrativos. Mas também políticos. E era preciso dar um tempo para que partido pudesse avaliar. Naquele momento onde encerrava o ciclo (2018), era necessário que você tivesse a oportunidade da população sentir o novo modelo de governança que entrava. Assim podemos fazer o que estamos fazendo hoje: uma avaliação crítica do governo”, afirmou.

Em 2020, o PSDB conquistou 21 prefeituras em Goiás, número inferior aos 75 eleitos em 2016. Apesar da queda, o PSDB teve a terceira maior taxa de sucesso, com 42,55%, já que o partido havia lançado apenas 47 candidatos. José Eliton avalia que não houve enfraquecimento do partido.

“É um partido que é consolidado no Brasil. Um partido que estruturou politicamente um novo momento no País. Aqui em Goiás fizemos uma transformação política e econômica do Estado. É um partido que tem capilaridade em todas as regiões do estado, tem lideranças consolidadas e o mais importante: tem mensagem a levar pra população. (…) Agora, o PSDB deve encaminhar um discurso mais proativo.(…) Vamos fazer política. Vamos apontar aquilo que está equivocado no atual governo e apontar aquilo que achamos correto para o estado”.

Sobre a decisão de assumir a presidência do partido, o ex-governador ressaltou que a resposta deve ser anunciada até o dia 15 de fevereiro. “Estou amadurecendo esse tema. Tenho uma atividade profissional. Sou advogado. Tenho responsabilidade e compromissos. Eu disse aos companheiros que fiquei muito honrado, mas a decisão passa também por um diálogo com a família”, pontou.