Já são mais de dois meses sem jogos oficiais no futebol brasileiro, um período difícil para os jogadores, especialmente para os jovens, embora os clubes goianienses tenham conseguido a autorização para retornar os treinamentos a partir desta segunda-feira (1). No Vila Nova, o volante Éder, de 20 anos, buscava crescer no ano depois de ter participado dos últimos dois jogos do time no Campeonato Goiano.

Elogiado na vitória de 2 a 0 sobre o Anápolis, em entrevista à Sagres 730 brincou sobre ter sido ‘pé frio’, já que na semana seguinte as atividades foram suspensas, “mas creio que foi para o bem de todos nós. Graças a Deus consegui conquistar a vaga de titular e fiz um bom jogo contra o Anápolis. Infelizmente teve essa parada, mas estou me esforçando nos treinamentos que o professor Léo passa e espero que volte logo o futebol goiano”.

Sobre a rotina de trabalhos durante o período sem jogos, “os treinadores e os fisiologistas fazem uma planilha toda semana e procuramos fazer da melhor forma possível. Particularmente, em casa tenho um quintal com um espaço bom e faço meus treinos aqui. Evito sair para a rua, porque sei dos riscos”. Não é o mesmo que estar no clube, mas “os treinos que passam são adaptados para realmente fazer em casa”.

Titular na última partida antes da paralisação, existia uma grande expectativa para que Éder ganhasse mais oportunidades no restante da temporada. O jovem destacou que “como jogador, precisamos de sequência para dar ritmo, entrosamento e confiança, e sabemos que às vezes no Vila Nova não tem essa sequência. Mas espero que comigo tenha para que eu possa estar evoluindo e ajudando meus companheiros”.

Origem

Após o Vila Nova ter sido fechado, o jogador retornou para a casa de seus pais, em Alta Floresta, no interior do Mato Grosso. Éder, que mora no alojamento do clube em Goiânia,  contou sobre seu início, quando “já fazia escolhinha aqui, então um empresário me viu jogando e resolveu me levar para fazer um teste no Vila. Isso em 2014, então passei na peneira do sub-15, fui evoluindo e, graças a Deus, hoje estou no profissional”.

O volante tem uma relação de confiança com Hugo Jorge Bravo, hoje presidente executivo vilanovense e com quem já tinha trabalhado nas categorias de base. Segundo Éder, “conheci ele em 2015, quando estava na base, e foi um dos caras que mais me incentivou e apoiou. Hoje estamos juntos no profissional, ele agora como presidente, então tento retribuir da melhor forma possível para que essa confiança continue”.

Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, tem confiança no potencial do jovem Éder (Foto: Douglas Monteiro/VNFC)

Inspirações

O Vila Nova foi um grande celeiro de grandes jogadores, a exemplo de Fernando Reges, hoje consagrado no futebol europeu, com passagens por Porto-POR, Manchester City-ING, Galatasaray-TUR e, atualmente, Sevilla-ESP. Em cada transferência, inclusive, o clube colorado recebeu quantias importantes através do mecanismo de solidariedade da Fifa, pelo volante ter sido revelado no Onésio Brasileiro Alvarenga.

Fernando ainda mantém um contato próximo com seu ex-clube e sempre que está no Brasil visita o Vila Nova. Éder destacou que “o que ele sempre passa para o garotos do OBA é a questão de fazer no Vila primeiro. Não é só pensar em Europa e jogar em um cenário mundial sem fazer pelo Vila primeiro. Foi assim que ele disse que fez, que buscou e evoluiu dentro do Vila e depois saiu para outros clubes”.

O jovem volante afirmou ainda que “ele é uma grande referência para mim e para os outros garotos também”. Além de Fernando, outro exemplo dentro do próprio clube é o “Robston, que está na comissão de hoje. É um cara que sempre conversa comigo, me incentiva e busca passar coisas positivas da posição”.