O livro “Vozes femininas pela recuperação econômica verde e inclusiva”, da jornalista e pesquisadora em Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão no Instituto ClimaInfo, Tatiana Matheus, foi lançado na última sexta-feira (10). Na obra, a autora reuniu entrevistas de mulheres que lutam por uma sociedade mais justa social e ambientalmente.

O lançamento foi durante uma live no canal do Observatório do Clima no YouTube. O livro está disponível em formato online nas plataformas do grupo de trabalho Gênero e Clima do Observatório do Clima com o Instituto ClimaInfo.

“Se quisermos realmente uma sociedade mais justa e mais verde, não é possível ignorar as questões de gênero que permeiam o atual modelo econômico, muitas vezes ignoradas ou subestimadas nos planos para o enfrentamento da crise climática”, destaca Tatiana Matheus.

A obra

A publicação chama atenção para o atual modelo de produção, ressaltando que não trouxe apenas uma crise climática, mas também uma desigualdade de oportunidades, reconhecimento e até mesmo respeito entre os gêneros.

Sendo assim, as mulheres não devem ser vistas como vítimas ou heroínas. Apesar disso, é fato que o público feminino está entre os grupos mais vulneráveis em relação à crise climática, seja por raça, etnia, classe social, região geográfica, do próprio gênero, etc.

Com quase a metade da população mundial, as mulheres não ocupam, de forma proporcional, as esferas de decisão, mesas que buscam soluções, como as COPs.

O objetivo do livro é justamente alertar que se desejarmos uma sociedade mais justa e verde, as questões de gênero devem ter uma atenção especial nos planos de enfrentamento à crise climática.

“As entrevistadas têm diversos percursos, cores, origens (social e geográfica), idades e formação. O fio condutor das pautas das entrevistas realizadas foi a perspectiva de gênero em relação ao racismo ambiental e à justiça climática em relação aos problemas estruturais da economia, das políticas públicas, do comércio exterior e até mesmo de temas específicos como Saneamento, Habitação, Mobilidade ativa, Energia, entre outros. De forma teórica e empírica, sob a ótica de quem estuda o tema ou de quem o vive”, explica a autora.

“Tatiane Matheus fez um trabalho primoroso de escuta de mulheres que apresentam tecnologias ancestrais e sociais à ação climática nos territórios do Brasil. Hoje, o jornalismo brasileiro peca por priorizar números em detrimento das narrativas e vivências como uma ciência de dados também. Assim como a justiça climática, a interseccionalidade tem diferentes significados e significantes a partir da realidade territorial. Historicamente, a articulação para sobrevivência e mudanças estruturais começam na base. O que precisamos é de uma escuta que tenha desdobramentos em políticas públicas sólidas e consistentes. Afinal, novos tempos demandam novas vozes”, pontua Andréia Coutinho Louback, jornalista e especialista em justiça climática, que assinou o prefácio do livro.

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Observatório do Clima

*Esse conteúdo está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU:
– ODS 05 – Igualdade de gênero;
– ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis
– ODS 12 – Consumo e produção responsáveis
– ODS 13 – Ação global contra a mudança climática

Leia mais: