Pela primeira vez em Goiás desde o fim do segundo mandato, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) visita Rio Verde nesta sexta-feira (16) e garante manter relação próxima com o governador Ronaldo Caiado (UB). Antes da visita, para inauguração da Ferrovia Norte-Sul, o petista lembrou de passagens anteriores por solo goiano e rejeitou a ideia de que divergências políticas ou ideológicas possam atrapalhar os trabalhos pelo estado.
“Eu vou muitas vezes a Goiás e já fui muitas vezes a Goiás. Vou tratar o governador Caiado como se fosse a pessoa mais próxima de mim possível. Porque o que me interessa é o respeito pelo voto que ele recebeu e vou tratá-lo com muita dignidade”, disse Lula em entrevista a rádios goianas. Ele ainda reforçou a importância do estado na economia do Brasil. “Goiás é um estado muito importante no trânsito dos produtos deste país, sobretudo para agricultura. Nós vamos fazer de tudo para ajudá-lo”.
Lula aponta que vai manter boa relação o opositor, apesar da antecipação do debate eleitoral de 2026, com clara busca por protagonismo na direita por Ronaldo Caiado. “Quando um presidente da República mantém uma relação com o Governo do Estado é uma relação entre entes federados. É uma relação institucional. Eu não tenho nenhuma preocupação porque o Caiado é de um partido político adversário do meu”, pontuou.
Próxima
Lula argumentou que o problema que tem com o setor do agronegócio, inclusive de Goiás, é ideológico. E que não interfere no relacionamento institucional. “O que importa para mim é que o Caiado foi eleito governador do estado de Goiás. O que importa para mim é que ele foi eleito pelo povo”.
Tratamento
“Eu vou tratá-lo com o respeito que eu tratarei qualquer outro governador e o estado de Goiás receberá os recursos de acordo com os projetos apresentados pelo Governo de Goiás”, garantiu o presidente, sobre relação próxima com Caiado.
Indicações
Lula ainda disse, durante a entrevista, que vai conversar com lideranças do PT em Goiás para “saber onde o calo tá doendo” na distribuição de cargos em órgãos federais no estado. É que aliados seguem insatisfeitos com o caráter de frente ampla do governo. Na prática, depois de seis meses de governo, cargos seguem ocupados por nomes indicados ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Cargos regionais
Questionado, Lula aponta que a insatisfação é natural na política, mas que não há divergência clara em Goiás. “Não existe divergência por distribuição de cargos em Goiás com o PT e o nosso ministro que é responsável por discutir essas relações políticas que é o ministro Padilha”, desconversou.
Dividir
Lula lembrou que é importante dividir a gestão com todo o grupo que o apoio em 2022. “Vamos fazer tudo que assumimos de responsabilidade com os partidos aliados. Quando assinamos um compromisso, a gente cumpre”.
Petistas
“Se não cumprir, a governança fica muito mais cara. Obviamente, o PT é o partido que elegeu o presidente da República e vai participar do governo no Brasil e vai participar em Goiás”, destacou.
Obras paradas
O painel de acompanhamento de obras do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que Goiás tem mais de 120 obras na área da educação paralisadas. Ao todo, são 458 obras paradas em diferentes setores, de um total de 873. De acordo com o painel, o valor total dos investimentos apenas das obras paradas é de quase R$ 1,3 bilhões.
Detalhes
O Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) aponta mais de 1200 obras na área da educação em Goiás, entre construção de Centros Municipais de Ensino Infantil (Cmei), reformas, ampliação e construção de unidades. Dessas, 610 tiveram conclusão, 99 estão em execução e 227 tiveram cancelamentos. O Simec mostra as obras feitas com recursos do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb).
Debate
A questão foi alvo de debate em audiência pública na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A conversa foi parceria entre a Alego e Comissão Externa Sobre Obras Públicas Paralisadas e Inacabadas do País, da Câmara dos Deputados.
Quem?
Representantes do TCU participação da audiência, que contou com os deputados federais Flávia Morais (PDT) e Rubens Otoni (PT). Além dos estaduais George Morais (PDT), Bia de Lima (PT) e Antônio Gomide (PT).
Avanço
“O Governo federal apresentou proposta da Medida Provisória 1174/23 que oferece uma resposta efetiva para a conclusão dessas obras. Nesse sentido, é importante que os prefeitos, vereadores e lideranças estejam atentos para que os municípios sejam beneficiados”, avaliou Gomide, que espera resolução próxima.
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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.
